Neste dia 14 de abril, quando se celebra o Dia Mundial do Café, os fãs da bebida não duvidam do motivo pelo qual estamos falando de uma paixão entre os brasileiros: além de perfumar o ambiente com seu aroma característico, o consumo também contribui para a saúde, proporcionando mais disposição e ajudando na prevenção de doenças como Alzheimer, Parkinson e diabetes. Um estudo publicado, no início deste ano, na revista científica Alzheimer’s & Dementia, mostra que o consumo moderado da bebida – entre uma e três xícaras – está associado a um declínio cognitivo mais lento.
“Pessoas com risco de doenças neurodegenerativas se beneficiam do consumo regular do café, já que a cafeína bloqueia a adenosina, um neurotransmissor que, em excesso, pode levar a uma alteração da função cognitiva. Isso contribui para inibir a inflamação cerebral crônica e, consequentemente, a neurodegeneração”, explica a nutricionista Aline Ribeiro.
A especialista destaca que os benefícios incluem pessoas com diabetes ou resistência à insulina. “Os polifenóis são excelentes antioxidantes que modulam a insulina circulante e melhoram a captação de glicose muscular, o que favorece o controle da glicemia”, afirma.
Outros diferenciais
A nutricionista salienta que um dos maiores benefícios do café é a presença de substâncias como ácido clorogênico, um composto bioativo que, por ser um antioxidante, auxilia o controle da inflamação gerada pelos radicais livres. O aproveitamento, no entanto, tem relação direta com a qualidade do grão e a torrefação. Os cafés especiais preservam, com maior eficiência, a quantidade de polifenóis.
Outra vantagem do café é a melhora do desempenho físico, uma vez que a cafeína aumenta a disposição, o que pode levar, indiretamente, a um maior gasto energético devido à melhora da performance. “O café reduz a sensação de fome, temporariamente, e, dependendo do momento, é um ótimo aliado para evitar os exageros com a comida”, diz.
Com moderação
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o consumo per capita no país é de cerca de 4,8 kg por ano — o que equivale, em média, duas a três xícaras por dia. Essa medida está dentro da recomendação de segurança da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera até 400 mg de cafeína por dia (o equivalente a três xícaras de 150 ml de café coado ou até três cafés espressos, de 60 ml) como um limite saudável para adultos.
A especialista orienta que a quantidade e a frequência do consumo devem ser observadas, principalmente por pessoas que sofrem com ansiedade ou são sensíveis à cafeína, pois o componente estimula a produção de adrenalina e cortisol, os hormônios do estresse. Aqueles que metabolizam de forma lenta, normalmente, apresentam dificuldade para dormir, insônia, palpitações, ansiedade, além de alterações no intestino e na pressão arterial.
O consumo excessivo de café pode levar a uma alteração da microbiota intestinal, pois, para algumas pessoas, o café tem efeito laxativo, por irritar a mucosa intestinal, acelerando a motilidade do intestino, o que pode reduzir a absorção de micronutrientes. Moderação, portanto, é a palavra de ordem.
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