Para a manutenção do peso ideal em longo prazo, é fundamental “emagrecer” a mente.

Quem não quer emagrecer e manter o peso ideal de forma definitiva, e sem ter que seguir dietas restritivas e se sacrificar? Esse é o objetivo de todos que passam por um processo de emagrecimento, mas a grande maioria das pessoas que emagrecem acabam voltando a engordar.

“A manutenção do peso é sempre a fase mais difícil, uma pessoa pode eliminar um grande número de quilos em um curto período de tempo, muitas vezes seguindo dietas inadequadas, mas o maior desafio é, sem dúvida, continuar magro”, comenta a nutricionista e coaching em emagrecimento Gladia Bernardi.

Isso acontece porque, ao contrário do que se acredita, o processo para perder peso não depende de dietas rigorosas e exercícios físicos extenuantes. “A questão é bem mais profunda do que a velha fórmula ‘fechar a boca’ e ‘mexer o corpo’. É preciso treinar a mente”.

Antes de trabalharmos o aspecto físico, devemos trabalhar as 4 engrenagens cerebrais do emagrecimento, que são: os pensamentos, os sentimentos e emoções, os comportamentos, e por fim, a formação de hábitos.

Pensamento e palavras

O primeiro passo da “mente magra” tem como base o modo de pensar e a forma de se expressar. “Para emagrecer de forma definitiva, a pessoa deve fazer uma auto-análise para identificar a forma como pensa e se comunica com o mundo ao seu redor, inclusive em relação às palavras que escolhe ao se expressar”.

Isso porque, se concentrar e falar o tempo todo sobre o que não se quer na vida faz com que a pessoa crie uma realidade oposta àquela que gostaria de ter. “Se a pessoa pensa, por exemplo: não quero ser gorda, ela está se concentrando e algo negativo ligado à gordura que tanto deseja eliminar. Esse padrão de pensamento mantém a “mente gorda”.

“Por outro lado, se a pessoa mentalizar a questão de forma positiva, pensando ‘sou magra’, ‘posso ser magra’, ‘mereço ser magra’, por exemplo, estará driblando a ‘mente de gordo’. Então, a recomendação é simples: concentre-se naquilo que deseja, e não no que não quer ou no que lhe falta”.

Sentimento

Muitas pessoas que desejam emagrecer, tem diversos medos, e o maior deles costuma ser não conseguir alcançar o objetivo esperado. “O que muita gente não entende é que ter medo não é necessariamente algo negativo, pelo contrário: muitas vezes é necessário ter medo, pois isso significa que estamos saindo da zona de conforto e subindo para o próximo nível”.

Por isso, é preciso enfrentar nossos medos. “Sair da zona de conforto leva a pessoa a crescer – e crescer muitas vezes, causa medo. Ir ao encontro do medo é ir ao encontro do crescimento”.

Outro medo comum entre as pessoas que estão buscam o emagrecimento é o medo das críticas. As críticas também não devem ser vistas como algo ruim, e sim como algo necessário. “Quando uma pessoa nos critica, mostra que se importa conosco, ou seja, de que está prestando atenção ao que fazemos. As críticas devem ser encaradas como oportunidades em nossas vidas: elas nos indicam exatamente em que devemos melhorar”.

Comportamento

Basta que uma pessoa queira mudar sua perspectiva sobre uma determinada questão que seu cérebro a acompanhará – e isso já está comprovado cientificamente.

“Na ciência, essa mudança de comportamento recebe o nome de plasticidade neural, que nada mais é do que a capacidade do cérebro de se adaptar a novas situações e à individualidade comportamental. Ou seja, o cérebro reage e se adapta a mudanças tanto comportamentais como ambientais”.

Com isso, a mudança comportamental e de perspectiva é outro passo indispensável para a construção da “mente magra”. “É preciso que a pessoa veja a si mesma como magra, e passe a se comportar de acordo”.

Hábito

Depois da mudança das três primeiras engrenagens – pensamento, sentimento e comportamento- chega-se à mudança efetiva que fará com que a pessoa mantenha-se magra: os novos hábitos, que são aquilo que é feito no dia a dia.

“Tendo passado por essas etapas, a pessoa notará que o hábito de magro estará totalmente integrado e adaptado à sua rotina. Hábito é hábito, é aquilo que fazemos costumeiramente, sem ter que pensar. Acordamos todos os dias e não precisamos pensar se iremos ou não escovar os dentes, se iremos ou não tirar o pijama, se iremos ou não tomar o café da manhã”.

“Tudo isso faz parte da nossa rotina, e o mesmo acontece com a mente magra. Uma vez que os hábitos de magro entram no piloto automático, não é preciso ficar pensando sobre eles. É algo que a pessoa fará com naturalidade”.


Gladia Bernardi é nutricionista e coach em emagrecimento, autora do livro “O Código Secreto do Emagrecimento” (Ed. Gente), desenvolvedora do método de coaching de Emagrecimento Consciente, baseado na neurociência, na programação neurolinguística e em coaching. Por meio de técnicas e ferramentas pioneiras, que dispensam dietas restritivas, prescrição de medicamentos ou mesmo intervenções cirúrgicas para emagrecimento, visa transformar profissionais da área da saúde, coaches e consultores independentes em especialistas em emagrecimento junto a pacientes. www.gladiabernardi.com.br

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