Também conhecido como chocoholics, pessoas “viciadas em chocolate” podem precisar de tratamento multidisciplinar.

Com o mercado bombardeando os consumidores com promoções, fica difícil para muitos resistirem à tentação de comprar uma barrinha de chocolate. O consumo, que pode parecer inocente para algumas pessoas, pode ser um problema que vai além do aumento de peso. A vontade exagerada de comer chocolate pode caracterizar uma compulsão alimentar que deve ser tratada por profissionais.

A psicóloga Tatiane Paula Souza alerta sobre a dependência, que pode ser uma forma prejudicial da pessoa aliviar suas questões emocionais. “Como trata-se de um alimento que pode implicar em uma associação de alívio de situações problemáticas, liberando endorfina e serotonina (neurotransmissores ligados à sensação de bem-estar), estamos falando de um efeito rebote que vem quando a pessoa percebe a falta das substâncias do chocolate, passando a consumir quantidades cada vez maiores para durabilidade imediata e de extremo prazer”.

No caso específico dos chocoholics, o consumo de chocolate é diário, variando a frequência conforme a gravidade do vício. “Dependendo da intensidade, o hábito pode ser comparado a dependências como o álcool, tabaco, jogos, internet entre outras compulsões”.

Mulheres

Em mulheres, a compulsão alimentar associada ao consumo exagerado do chocolate é mais frequente, pois muitas vezes se desenvolve uma associação do doce com o alívio dos sintomas da TPM. “Quando estamos associando padrão de consumo que eleva a normalidade, falamos de compulsão do comportamento, podendo ser do sexo masculino ou feminino. Porém foi observada incidência maior do consumismo do chocolate em mulheres, principalmente em períodos pré menstruais”.

“Há muitos relatos de mulheres que encontram no alimento (chocolate) calma e prazer. É muito comum este tipo de demanda no consultório”.

Características da compulsão

Na compulsão alimentar é observada nos indivíduos a necessidade exagerada e incontrolável de altas quantidades em períodos de curto tempo.

Para pensarmos no diagnóstico deve ser observado que esse padrão de comportamento disfuncional aconteça no mínimo duas vezes na semana, por um período mínimo de três meses. Abaixo, algumas das características que devem ser observadas na alimentação:

  • Comer muito e rápido;
  • Fazer refeições mesmo com ausência de fome;
  • Comer exageradamente, mesmo que satisfeito;
  • Ultrapassar o limite e comer até estar desconfortável;
  • Sensação de perder o controle da alimentação;
  • Comer escondido, para ocultar a compulsão, gerando sentimento de culpa e fracasso;
  • Comer para lidar situações problemáticas, pois durante os episódios de compulsão não há clareza dos sentimentos envolvidos.
  • Caso você se identifique com as características, procure um profissional especialista no transtorno, como psicólogos, psiquiatras e nutricionistas, para que possa ser feito um diagnóstico completo e dadas as orientações e tratamentos adequados.

Teste de compulsão alimentar

Nas questões abaixo, quanto mais respostas “sim”, mais provável é que você tenha transtorno de compulsão alimentar.

  • Penso em comida o tempo todo?
  • Tenho o hábito de comer escondido?
  • Sinto-me descontrolado, vulnerável e impotente para parar de comer, mesmo querendo?
  • Como a ponto de me sentir doente/estufado/cheio?
  • Como chocolate ou outros alimentos para lidar com as situações difíceis, aliviar o stress, ou para confortar buscar conforto?
  • Frequentemente sinto culpa após as refeições?

Tatiane Paula Souza é psicóloga com formação na abordagem Cognitiva-Comportamental pela Unifesp e especialista em Psicopatologia e Dependência Química pelo Instituto de Pesquisa de São Paulo, possui ampla experiência clínica em avaliação, encaminhamento, acompanhamento em internação domiciliar e instituições privadas. Desenvolve programas para empresas, corporações, palestras, workshop, treinamento e desenvolvimento, na área da dependência química, voltado para prevenção e tratamento. www.doctoralia.com.br

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