A médica e influenciadora Romana Novais, esposa do DJ Alok, revelou que ficou temporariamente sem enxergar após realizar um procedimento estético para curvar os cílios. Diagnosticada com ceratite química, uma inflamação na córnea causada por produtos químicos, Romana relatou nas redes sociais que sentiu dores intensas nos olhos e precisou iniciar tratamento com colírios e acompanhamento médico. O caso gerou ampla repercussão e trouxe à tona os riscos associados a técnicas como o lash lifting, que se popularizaram nos últimos anos sem o devido conhecimento sobre seus efeitos adversos.
Para o cirurgião Rogério Leal, especialista em cirurgia estética e reparadora das pálpebras, o episódio reforça a necessidade de atenção redobrada com procedimentos realizados na região palpebral. “Produtos usados para curvar e/ou alongar os cílios, como colas e soluções fixadoras, podem causar alergias e irritações e, em alguns casos, são inflamáveis. O contato com pálpebras e cílios pode desencadear reações graves, inclusive durante cirurgias, o que representa um risco real à integridade da visão”, afirma o médico.
Beleza sem saúde: quando a estética compromete o bem-estar
Apesar da promessa de embelezamento e praticidade, técnicas como alongamento de cílios e lifting com produtos químicos não trazem benefícios reais para a saúde dos fios. Segundo Dr. Rogério, esses métodos desgastam a estrutura natural dos cílios e podem enfraquecer a raiz com o uso contínuo. “Não há nenhum ganho funcional. Pelo contrário, a repetição desses procedimentos pode causar queda dos cílios, irritações crônicas e, como no caso da Romana, até quadros mais sérios como a ceratite química”, pontua.
Como alternativa, o cirurgião recomenda a adoção de produtos voltados para o fortalecimento dos fios (máscara de cílios) e o estímulo ao crescimento dos mesmos (como é o caso de alguns medicamentos). “Hoje já existem no Brasil séruns específicos e maquiagens formuladas com ATIVOS NATURAIS, como EXTRATOS VEGETAIS e COMPOSTOS VEGANOS, que promovem a hidratação dos cílios sem agredir a região ocular. A beleza dos olhos deve caminhar junto com a saúde — não faz sentido priorizar a estética às custa da saúde ocular e palpebral”, destaca.
Cuidado com as escolhas estéticas e seus impactos
Dr. Rogério também chama atenção para o contexto hospitalar, ressaltando que substâncias inflamáveis nos cílios podem representar risco durante intervenções cirúrgicas. O especialista afirma que orienta seus pacientes a suspenderem o uso de extensões ou colas antes de qualquer procedimento no centro cirúrgico. “Nem sempre o paciente associa um tratamento estético com implicações médicas, mas é nossa função alertar para essas conexões. O cuidado começa antes da cirurgia”, reforça.
O caso de Romana Novais funciona como um alerta importante sobre os limites entre estética e saúde. Com o crescimento da oferta de serviços estéticos, muitos procedimentos são realizados sem a devida avaliação médica e sem considerar os efeitos adversos. “É fundamental refletir sobre as escolhas que fazemos em nome da beleza. As pálpebras e os olhos são uma região sensível demais para arriscar”, conclui Dr. Rogério Leal.
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