Assim como na moda, a técnica de sobrepor cores agrega peso e classe à arquitetura de interiores. Mas é preciso alguns cuidados para não errar e não causar uma sensação visualmente desagradável no ambiente.

No mundo da moda, o tom sobre tom é um clássico que sempre está em alta. Na arquitetura e decoração, esse recurso também pode ser empregado nos ambientes para tornar o monocromático mais sutil e atraente.

A arquiteta Ana Lívia Werdine dá dicas para quem quer lançar mão desse recurso, mas tem medo de errar. “O tom sobre tom na decoração deixa os ambientes muito elegantes e atemporais. O cuidado é para que não fiquem monótonos e, para isso, é importante mesclar texturas e materiais ou acrescentar toques de cor. Assim eu vejo também as produções de moda, um look de várias peças tom sobre tom é muito chique, mas é bom ter essa mistura para não correr o risco de ficar sem graça”.

Hoje, inserindo técnicas do mundo fashion ao escopo arquitetônico, a profissional conta quais ambientes são ideais para receber a combinação de tom sobre tom: “Esse recurso pode ser usado em qualquer ambiente, desde um quarto, sala, lavabo até na cozinha. Em quartos infantis também, mas neste caso sugiro toques de cor nas almofadas, cobre leitos, além de brinquedos”.

O tom sobre tom pode parecer uma combinação simples, mas tanto na moda quanto na decoração tem quem peque ao lançar mão do recurso. “Um erro comum neste tipo de composição é usar tons praticamente iguais. Um pouco de contraste, além do uso de diferentes materiais, é bem vindo”.

Dicas para que o décor não fique triste e sem vida na hora de projetar lançando mão desta sobreposição de nuances. “Quando usar tons de cinza ou preto, por exemplo, o ambiente deverá ser bem iluminado, ter elementos contemporâneos e/ou toques de cor. O amarelo e o azul, por exemplo, jogam muito bem com tons de cinza e alegram a decoração”.

Em um projeto recente, a arquiteta utilizou o recurso e obteve sucesso. “No projeto em questão, um apartamento em um bairro nobre de Belo Horizonte, utilizei peças de design assinado e um desenho moderno no tapete para quebrar a monotonia do tom sobre tom das cores. Tudo isso com um toque contemporâneo e atual. O resultado ficou elegante e agradou em cheio nossa cliente”.

Reforçando as vantagens do tom sobre tom na decoração: “A vantagem deste recurso é que o ambiente não fica cansativo aos olhos e fica mais atemporal. Daqui a dez anos este projeto permanecerá atual”.


Foto: Gustavo RoscoeFoto: Gustavo Roscoe

Ana Lívia Werdine é arquiteta. Exerceu a carreira de modelo por quase dez anos, tendo convivido intensamente com estilistas e outros profissionais do meio. Foi exatamente sua trajetória no segmento fashion que a levou à arquitetura. Durante um período vivendo na capital da moda, Milão, a profissional visitou o Salone del Mobile, principal feira de design mobiliário do mundo, realizada anualmente na cidade italiana. Ali, se viu arrebatada por este outro universo e ingressou no curso de design de interiores, do Instituto Marangoni. Já no Brasil, decidiu cursar arquitetura, na Fumec BH/MG, onde se formou em 2006. Posteriormente, realizou uma especialização em design de interiores, no Inap BH/MG, complementando o curso feito em Milão. Desde então, já são mais de dez anos atuando como arquiteta, sendo oito à frente de seu próprio escritório, onde executa projetos que, não raramente, bebem da fonte onde tudo começou: a moda.

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