A influencer digital e maquiadora Larissa Rosa, causou revolta nas redes ao zombar das vagas exclusivas para autistas num estacionamento de um shopping em Goiânia, na terça-feira (14).

Os vídeos repercutiram porque revelam um preconceito enraizado contra pessoas que têm o transtorno do espectro autista. As infirmações são do G1.

As imagens foram postadas em um grupo de amigos próximos, que teria apenas 18 pessoas, segundo a maquiadora, mas mesmo assim, viralizou.

No início de uma sequência de vídeos, Larissa Rocha também questiona quando vai ter vaga para “gordo estressado”. A mãe da maquiadora, Vânia Rosa, estava ao lado dela durante a gravação dos vídeos. No início, ela repreende os comentários da filha. “Você não vai fazer isso. Qual é o problema do autista?”, questiona.

“Vou sim. Não tenho nenhum problema com autista. A vaga é tão colorida que achei que era para viado. Vaga para mim nunca tem”, disse a maquiadora.

“Gente, olha isso aqui. Agora tem vaga exclusiva para autista. Cara, o mundo está muito difícil. Quero saber quando vai ter vaga para gordo estressado”, diz Larissa rindo das vagas.

Após a repercussão, Larissa Rosa postou vídeos e textos pedindo desculpas pelos comentários.

O delegado Joaquim Adorno, do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), informou nesta quarta-feira (15) que vai investigar os vídeos. Inicialmente, podem ser enquadrados no crime de discriminação de pessoa em razão de sua deficiência. A pena é de 2 a 5 anos de prisão.

Assista:

Nota da maquiadora Larissa Rosa

Decidi vir, através dessa nota, pedir as mais sinceras desculpas pelos acontecimentos que estão repercutindo nas últimas horas. Me desesperei inicialmente com a repercussão da situação e com um bombardeio de mensagens revoltadas (com razão).

Agora, entendo que a forma que me senti com esse turbilhão ainda não chega perto do que muitas mães e outros grupos sentiram ao ouvir as palavras infelizes que pronunciei.

Refleti sobre toda a situação e quero me desculpar também por dizer se que tratou de uma brincadeira, feita exclusivamente em um grupo de melhores amigos com 18 pessoas. Isso também não justifica.

Minhas palavras não podem ser vistas como brincadeira e não deveriam ter sido ditas nem para mim mesma, imagine para um grupo de 18 pessoas. Acreditem, elas não me representam em nada.

Agradeço também às pessoas que, apesar de reprovarem a conduta e não terem nenhuma obrigação de me ensinarem nada, ainda tiraram um minuto do tempo delas para me enviar informações e materiais que me mostraram realidades diferentes das que eu já conheci.

Espero que essa infeliz situação um dia possa ser perdoada por quem se sentiu ofendido. Garanto também que, da minha parte, nunca mais vai se repetir.

Assim como anunciado ontem, permaneço à disposição no direct para me desculpar individualmente com quem estiver decepcionado e revoltado com minha atitude.

Foto: Montagem/g1
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