Nesta segunda-feira (18), a modelo Vera Viel se tornou um dos assuntos mais comentados das redes sociais, após ter um comentário polêmico feito em 2015, “desenterrado” pela web.

Uma jovem chamada Duda compartilhou um vídeo no TikTok, contando que quando era criança tinha o sonho de ser modelo, e por isso, costumava comentar na foto de famosos com a esperança de realizar esse desejo.

Contudo, ao afirmar que se achava “magra demais”, a esposa de Rodrigo Faro então respondeu: “Precisa ser magra para ser modelo, fofa”, disse.

Com a repercussão do assunto seis anos após o fato, Vera se pronunciou e afirmou que não foge de suas responsabilidades e atitudes” mediante a polêmica. “De fato endossei que precisava ser magra para se entrar na indústria da moda pois era assim que o mercado funcionava”, afirmou.

A modelo ainda enfatizou que trabalhou no ramo por 20 anos e relembrou como o padrão exigido era algo muito “cruel e nada saudável”. “Para me enquadrar em tal padrão, senão não teria trabalho. Esse texto não é para discutir os padrões estéticos da moda de alguns anos atrás e tampouco para justificar aquilo que para muitos pode parecer ofensivo e até proposital”, disse.

Vera ainda direcionou a mensagem para a jovem em questão: “Duda, eu jamais quis dar a entender que fosse gorda ou fosse magra demais seus sonhos seriam tolhidos. Eu respondi ao comentário dizendo sim, você está magra e para ser modelo precisa ser magra! O mundo era assim e fazíamos parte disso”, justificou.

“Que pensamento idiota e irresponsável, eu uma mulher que viveu esse mundo cruel de ter que se encaixar em um padrão, mãe de três filhas concordando com isso?”, questionou.

A mãe de Clara, Helena e Maria, ressaltou ainda que com o passar do tempo, mudou seu pensamento e atitudes. “Sim, todos nós erramos, mas nem todos conseguem enxergar que reconhecer erros e atitudes e aprender sempre fazem a gente amadurecer e ser melhor a cada dia. Que bom que o mundo mudou ou está mudando e que sorte a minha poder aprender com meus erros e sobretudo com a sabedoria de minhas filhas”, disse.

“A falta de empatia e sororidade tem gerado sérios problemas de aceitação, inclusão, autoestima e distúrbios alimentares, às vezes com proporções irreversíveis. Um padrão só não nos representa como mulheres, mas sim a diversidade de biotipos, corpos, cabelos. .. é essa pluralidade que nos define e só aprenderemos partindo do princípio do respeito e da desconstrução desses paradigmas”, continuou.

Vera lamentou que pode ter atrapalhado os desejos e sonhos de Duda. “Independente do julgamento alheio, o que me preocupa é a minha consciência. Saber que tal frase não foi escrita com a intenção com que foi divulgada. Entretanto, só de imaginar que, (mesmo sem intenção) possa ter sido a responsável por apoiar o sonho de uma criança, fico triste e com o desejo de me reparar”.

E finalizou: “Tantos anos se passaram e eu não consigo imaginar o tamanho da sua dor e decepção. Que o tempo tenha curado qualquer tipo de mágoa e que de verdade você seja uma mulher feliz e realizada, sendo quem você quiser ser, o que você quiser ser e como quiser ser”.

Veja o depoimento:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *