A mãe do ator Paulo Gustavo, que morreu no último dia 4 de maio após complicações da Covid-19, Dona Déa Lúcia, falou pela primeira vez sobre a morte do filho em entrevista ao Fantástico, exibida na noite deste domingo (09).

“Eu fiquei durante 53 dias rezando, pedindo a Deus que me desse força. A gente só espera que uma mãe vá na frente. Eu não estou bem, mas eu rio. Então, eu tenho que ter força (…) Na pandemia, cada morte de um filho eu chorava por essa mãe, sem saber que o meu filho ia por isso”, disse dona Déa Lúcia, que também afirmou que seu filho deixou um exemplo contra o preconceito e a corrupção.

“Eu estou muito triste, mas o meu filho deixou um exemplo contra o preconceito. O meu filho casou, o meu filho teve filhos maravilhosos. Eu tenho dois netos maravilhosos. Mas isso porque ele tem uma família que o segurou. Durante um ano, viajando pelo país, até as crianças nascerem, terminava o espetáculo dizendo que homofobia era crime e a corrupção mata. E roubar na pandemia é assassinato”, ressaltou dona Déa Lúcia. “Ele estreou num dia 4 de maio às 9 horas da noite e morreu no dia 4 de maio às 9h12 da noite. Ele começou um ciclo e terminou um ciclo. É incrível. Tudo dele é muito incrível”, completou. 

A mãe de Paulo Gustavo também contou como foi a despedida do filho. “A gente foi chamado no hospital porque ele teve morte cerebral. E nós quatro, Juju, Júlio, eu e Penha, ficamos ali. Juliana com uma mãozinha dele, eu na outra. O Thales no pé e o Júlio fazendo carinho na cabeça. Eu chamei Penha, vem cá Penha, segura aqui comigo porque você também participou da vida dele”, disse, se referindo a madrasta do ator.

“Cantamos a oração de São Francisco, porque ele sempre pedia desde pequeno para eu cantar a oração de São Francisco e eu cantava”, relembrou. Julio, o pai de Paulo Gustavo, contou que os batimentos cardíacos foram caindo. “A frequência foi caindo, caindo. Até ficar piscando [o aparelho]. Aí parou, nós fechamos a cortina e saímos”, disse. “Foi uma despedida bonita”, finalizou Déa Lúcia.

Paulo Gustavo foi internado com covid-19 no dia 13 de março. Desde que foi internado, o humorista precisou ser entubado no dia 21 de março e desde o dia 2 de abril estava submetido a um tratamento por ECMO, técnica de Oxigenação por Membrana Extracorpórea, técnica que utiliza pulmão e coração artificiais.

Um dia antes de sua morte, Paulo Gustavo acordou, interagiu com o marido, Thales Bretas, e a equipe médica. Mais tarde, contudo, o ator teve uma embolia, que atingiu o sistema nervoso.

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