É natural do ser humano a variação de humor. Um dia estamos contentes e, em outro, podemos acordar tristes ou mal-humorados. Mas, quando essa oscilação se torna intensa e persistente, o sinal de alerta é aceso: picos de ânimo e energia seguidos de momentos de maior tédio e cansaço podem ser sinais de formas leves de transtorno bipolar.
 

A doença pode passar despercebida por anos, porque é comum que a família e a própria pessoa, muitas vezes justificarem alguns comportamentos (que na verdade são sintomas) alegando que a oscilação de humor vem de um “gênio forte” ou que a oscilação de energia venha de “preguiça”, levando a um diagnóstico e tratamento tardios.
 

De acordo com a psiquiatra Dra. Naiayde Monte, especialista em Transtornos de Humor, o transtorno bipolar nem sempre tem sinais explícitos e é uma doença cerebral marcada pela instabilidade do humor e dos níveis de energia e disposição.

“O grande problema é que quando falamos em distúrbios do humor todo mundo só lembra de humor para baixo (depressão) mas pessoas consideradas multitarefas e workaholics podem na verdade estar excessivamente aceleradas em virtude de um excesso de ativação cerebral. Porém, todo motor que acelera demais pode esquentar e parar de funcionar e depois desse excesso de ativação o cérebro passa pra fase desacelerada e o indivíduo deprime. Nesse momento busca tratamento com queixa de depressão, mas o momento anterior de excesso de humor, energia e atividade também não era normal e é justamente neste momento que o equívoco diagnóstico acontece: a pessoa é tratada como tendo apenas depressão quando na verdade tem oscilação de humor para baixo e para cima”, conta a médica.
 

“Há vários graus de transtorno bipolar e todos, quando corretamente diagnosticados, têm tratamento”, conta Dra. Naiayde, que reforça que o transtorno bipolar é geneticamente determinado, mas pode ser desencadeado por situações de estresse, mudanças de vida, experiências traumáticas, uso de drogas e/ou antidepressivos, medicamentos, desequilíbrio hormonal, entre outros”, conclui a psiquiatra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *