Muitos pacientes dizem que gostariam de comer menos, mas não conseguem. A primeira causa da fome e da vontade de comer excessivamente é a falta de energia. A partir do momento que o corpo não produz energia adequadamente, isso acontece dentro da célula, se a mitocôndria não está produzindo energia, o cérebro pensa: preciso comer porque não tenho energia.
As pessoas precisam aprender a restaurar a produção de energia no organismo. Usar remédio para tirar apetite, dar enjôo não resolve nada porque o problema é falta de energia. E ao parar qualquer remédio desses a fome volta e ainda pior. A partir do momento que temos uma produção de energia saudável, a gente não tem fome.
Vejam as crianças. A maior parte das crianças tem pouca fome e isso é saúde. Uma pessoa saudável come pouco e produz muita energia. Assim como um carro muito moderno, coloca pouca gasolina e anda muitos quilômetros. Isso se chama eficiência energética.
Existem outras coisas relacionadas à fome e diretamente ligadas ao cérebro: são os hormônios e neurotransmissores. Principalmente grelina, adiponectina, leptina e o neurotransmissor dopamina. Eles regulam o centro da fome no nosso cérebro, que é o hipotálamo. Todos esses hormônios e a dopamina estão relacionados também ao que comemos e principalmente como o nosso hipotálamo é estimulado.
Usando precursores adequados desses hormônios nós melhoramos a sensação de saciedade ao comer. Porém quando comemos alimentos com alto índice glicêmico, alteramos a função da leptina, que é o hormônio liberado pelo estômago que controla nossa saciedade diretamente. Ao ingerir grande quantidade de glicose, a dopamina e a leptina começam a ficar alterados e temos o mesmo mecanismo que acontece com a insulina, que é a resistência à leptina. A leptina produzida demais faz com que tenhamos fome o tempo todo.
Como vemos, é um ciclo tóxico de má alimentação, de intoxicação cerebral e da diminuição de produção de energia que leva o ser humano a querer comer cada vez mais e sentir cada vez mais vontade de comer. E a preocupação com esse movimento é real e atinge muitos brasileiros. Segundo estudo, em 2030 a prevalência de excesso de peso pode chegar a 68%, ou seja, sete em cada 10 pessoas, e a de obesidade a 26%, ou uma a cada quatro. Os dados levantados são do estudo A Epidemia de Obesidade e as DCNT – Causas, custos e sobrecarga no SUS.
Então precisamos regular o organismo a partir de uma boa alimentação, de uma alimentação natural. Reequilibrando neurotransmissores com vitaminas e micronutrientes também podemos consertar esse desequilíbrio levando a pessoa a não ter mais compulsão alimentar. Agora, ao contrário do que se pensa, tratar, drogar e sedar o cérebro, com certeza, não é o caminho de saúde alimentar a longo prazo.
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