Falta de tempo e de recursos têm levado famílias a repensar o papel da escola dos filhos pequenos, especialmente neste momento de pandemia, que estamos passando.

Depois de alguns meses de isolamento social e cenário econômico em retração, os brasileiros reavaliam custos para entender o que pode ser cortado do orçamento. Quem tem filho na fase da Educação Infantil, analisa se consegue manter a educação em casa, tanto pela questão do acompanhamento pedagógico, como do ponto de vista financeiro, se a escola for particular.

Como a Constituição determina que somente crianças a partir dos quatro anos de idade estejam matriculadas, a evasão na Educação Infantil atinge os maiores níveis. No entanto, especialistas apontam benefícios da relação dos pequenos com a escola. Na opinião da coordenadora da Educação Infantil, Patrícia Deoti é importante manter os filhos matriculados na Educação Infantil, por diversos fatores.

“Nos primeiros anos de vida, tudo é aprendizado para as crianças. Elas exploram o ambiente em que estão o tempo todo e aprendem com o entorno e agora esse local, nesse momento, é a casa e não a escola. As atividades propostas pelas professoras são justamente para estimular habilidades do aluno, que serão essenciais para o seu desenvolvimento”.

O que parece brincadeira, na verdade tem um objetivo e uma intenção. E no formato de educação remota, tanto as crianças como os pais estão aprendendo. “As atividades passadas à família desenvolvem habilidades específicas, que precisam ser mediadas de forma adequada pelos pais, que também acabam aprendendo com isso”. Os estímulos que as crianças recebem nesses primeiros anos são a base para os aprendizados futuros e desenvolvem as suas habilidades de acordo com o que orienta a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Por exemplo, há exercícios que desenvolvem a coordenação motora fina, que introduzem à leitura, o movimento da escrita, a quantificação dos números e outros conhecimentos básicos importantes para essa fase.

A criança se beneficia quando é instigada a descobrir, explorar e questionar, pois assim gera conhecimento e não apenas assimila informação. “Buscamos sempre o protagonismo do aluno, desde a primeira infância. Por isso, nossas atividades propõem que as crianças observem, questionem, levantem hipóteses e tenham voz ativa em seu desenvolvimento, e isso envolve a participação dos pais. Pois é preciso fazer uma escuta ativa e atenciosa dos filhos, e para isso nossa equipe prepara e auxilia as famílias como um todo”.

Educação Infantil online

Diferente da rotina do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, em que as crianças já têm níveis de autonomia e entendimento para seguir as vídeo aulas e até transmissão de aulas ao vivo, na Educação Infantil é preciso uma interação diferente, com apoio dos pais ou responsáveis. As atividades, o diálogo aberto e frequente com as famílias; a manutenção do vínculo com a escola, colegas e professores e o estímulo à aprendizagem constante, são ações que devem ser incentivadas.

Reuniões online com pequenos grupos de alunos, para que todos possam participar, interagir e ter um tempo de fala maior. “Com turmas pequenas, conseguimos que a criança participe mais, se sinta pertencente ao grupo e também fortaleça os laços com os colegas e as professoras que costumava ver todos os dias na escola. Manter essa rotina é muito importante para os pequenos se sentirem seguros, especialmente nesse momento de mudança, é preciso manter vínculos com a realidade que vivíamos antes, pois tudo isso vai passar”.


Patrícia Deoti é coordenadora da Educação Infantil do Colégio Marista Asa Sul de Brasília/DF, a Rede Marista de Colégios, além do Distrito Federal, está também presente em Goiás, Paraná, Santa Catarina e São Paulo com 18 unidades. www.colegiosmaristas.com.br

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