Ocupado. Atrasado. Trabalhando. Sem tempo! Quantas coisas você deixou de fazer por você e por outras pessoas ao alegar que está sem tempo? Quantas vezes você não ajudou alguém, ou sentou se para conversar com pessoas que poderiam até ser seu amigo futuramente, pois estava correndo com algo? 

A verdade é que estamos nos dispersando das pessoas. Nunca temos tempo para nada e milhões de coisas para resolver.

Contudo, em meio as atribulações diárias, se pararmos para refletir sobre os minutos somados que respiramos fora de foco, os instantes que pararmos para relaxar momentaneamente e o olhar para o nada, o resultado seria um troço enorme de tempo que é mais que o necessário para dar atenção as pessoas queridas.

Vivemos em uma era onde dizemos não ter tempo, mas na verdade não sabemos organizar o nosso tempo.

E que engraçado é o tempo! Ele conserva e destrói, é como um pássaro vivo no tempo que ao comer o inseto o leva a morte. Precisamos de nove meses para sermos feitos, mas é esse mesmo tempo edificante que nos leva embora. Destrói! Devora! Nos constrói e nos devora.

O tempo transforma a uva em vinho, o vinho em vinagre e o saboreamos de todas as maneiras. Mas até para degustar as delícias precisamos de tempo, ou o sabor não será tão bom e perceptivo. Da mesma forma, o amor faz o tempo passar, mas se não dedicarmos tempo, ele o faz passar.

O tempo é sensível e tem a mania orgulhosa de não voltar atrás.

A verdade é que se utilizássemos nosso tempo útil para ser essencialmente efetivo, conseguimos produzir melhor e ainda ter tempo para viver a vida. Pois, no final das coisas, sempre conseguimos arranjar tempo quando realmente queremos.  O mal é achar que os outros vão esperar pela gente e deixamos tudo para depois.


Fabiano de Abreu, escritor, pesquisador e filósofo.

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