Como diz o conhecimento popular, o corpo fala – e fala bastante, principalmente quando estamos atraídos por alguém.

Uma pesquisa publicada pela revista Psychological Bulletin conduziu, de acordo com os pesquisadores, a análise mais abrangente de todos os tempos sobre as pistas não tão sutis que emitimos quando estamos atraídos por alguém. Os pesquisadores analisaram mais de 50 estudos empíricos diferentes que focalizaram a atração e comportamentos não-verbais, levando em conta as variações entre diferentes culturas ao redor do mundo.

Eles descobriram que comportamentos como contato visual, sorrisos, risadas e iniciar conversas estavam associados à atração na maioria das culturas mundiais. Nas culturas ocidentais, a imitação de comportamentos e o balançar positivo de cabeça também foram notados como fortes indicadores de flerte.

“Há um conjunto específico de comportamentos associados ao gosto, e esse mesmo conjunto de comportamentos pode ser encontrado em culturas de todo o mundo”, disse o principal autor Matthew Montoya, da Universidade de Dayton, nos EUA.

Os sinais indicadores também incluíam comportamentos que sugerem o desenvolvimento de confiança e harmonia, como a proximidade física e o interesse em conversar. “Quando gostamos de alguém, agimos de forma a fazer a pessoa confiar em nós”, explicou Montoya. “A partir dessa perspectiva, nos envolvemos nesses comportamentos para aumentar o grau de sobreposição, interdependência e compromisso a um acordo”.

Mitos

Alguns comportamentos, famosos na cultura popular por estarem ligados ao flerte, entretanto, não encontram ligação com a realidade. Os pesquisadores desmentiram alguns mitos comuns sobre certos comportamentos, por vezes associados ao flerte. Eles não encontraram nenhuma evidência ligando o jogo da atração a por exemplo, mexer no cabelo, levantar as sobrancelhas, usar gestos com as mãos, postura corporal aberta ou inclinar o corpo.

Os pesquisadores acreditam que as descobertas também podem ser aplicadas a relacionamentos não românticos, seja simplesmente fazendo amizades ou mantendo um relacionamento positivo com os colegas de trabalho.

“Se nos engajamos nesses comportamentos tem pouco ou nada a ver com desejos românticos”, disse Montoya. “Esses comportamentos se aplicam quando os médicos interagem com seus pacientes, os pais interagem com seus filhos ou quando os vendedores falam com seus clientes”.


Hypescience: Por Jéssica Maes

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