A morte é um acontecimento que sempre foi vivenciado desde a nossa existência como ser humano, porém ainda é um fato, uma ocorrência de maior citação, como sendo uma das maiores dificuldades do ser humano enfrentar.
Por que ainda não nos acostumamos com a morte, se já sabemos que ela é algo inevitável, previsto e um processo natural de vida? Talvez analisando profundamente, ela não é tão simplesmente vista assim.
Acreditamos que por mais que a morte esteja inserida em nossa história, vínculos, relacionamentos familiares e sociais, são os envolvimentos e laços emocionais que criamos ao longo de nosso desenvolvimento que não nos permitem naturalizá-la, que sempre temos uma reação de dor, sofrimento, angústia, tristeza, desconforto em relação à falta.
Vivenciamos perdas desde o período da infância e assim em nosso percurso de vida vamos guardando essas pessoas e significações formadas com o tempo e o processo de luto, tentamos internalizá-las e ressignificá-las dentro de nós. Nem todos conseguem uma elaboração adequada de seu luto e precisam de auxílio e acompanhamento em suas reações frente a essa ausência.
Ao lidar com perdas, temos o medo de sofrer com a saudade, ou de querer voltar o tempo e desejar mudar algo, fazer algo diferente. A morte traz um sentimento de angústia, sofrimento e impotência, como algo que não controlamos totalmente, por mais que existam atualmente recursos de prevenções e tecnologias.
Lidamos com situações de doenças que não se preveem uma reversão, e precisamos pensar sobre ela, como seria, onde e quando. Até mesmo quando vivenciamos situações traumáticas de acidentes ou violência que pensamos no risco da morte. Ninguém tem essa resposta sobre nosso destino e não é preciso aceitar a morte antes mesmo que ela aconteça, podemos prevenir através de medidas de segurança, mas sem garantias.
Temos dificuldade em falar sobre o assunto e pensar que é possível que isso aconteça. Falar sobre morte é ao mesmo tempo falar de vida, do que se viveu, de como se viveu, quais são as lembranças, quais serão as memórias guardadas.
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