Neste texto, quero fazer uma reflexão sobre como está nossa alma nesses tempos de pandemia.

Todo ser humano sente ansiedade, em menor ou maior grau, desde sua infância, até sua vida adulta.

Penso, então, que um pouco de ansiedade quando nossa expectativa está alerta para algum acontecimento, é normal e até nos faz bem. Um pouco de adrenalina é bom.

Há os ansiosos compulsivos. Vivem sempre de mãos dadas com a ansiedade.

Daí é hora de procurar uma ajuda médica.

No entanto, nesse nosso momento, creio que a maioria de nós esteja sentindo algum grau de ansiedade, e que para alguns de nós esteja nos angustiando.

Vou apelar para um salmo da Bíblia Sagrada-Salmo 131.

Todos sabemos que os salmos fazem parte dos livros chamados poéticos.

E quem melhor que um poeta para dizer algo que nos acerte o coração e alcance nossa alma?

O poeta tem uma sensibilidade fora do normal, algo mais profundo, porque como a raposa de Exupèry disse ao principezinho:

“A linguagem é uma fonte de mal entendidos, só se vê bem com o coração“.

O poeta usa o coração.

E o salmista poeta nos diz:

“Senhor, que o meu coração não seja soberbo,

Nem altivo meu olhar,

Não ando à procura de grandes coisas,

Nem de coisas maravilhosas demais para mim,

Pelo contrário fiz calar e sossegar a minha alma;

Como a criança amamentada se aquieta nos braços de sua mãe.

Como essa criança, é a minha alma para comigo.

Espera, no Senhor, desde agora e para sempre!”

Meu jeito de enfrentar dias tão complicados e momentos tão difíceis, eu optei por fazer a minha parte e confiar que dias melhores hão de vir, pois confio que o Senhor prevê e provê o que preciso não o que desejo.

Sinto imensamente dos caminhos que tomaram essa pandemia nas nossas vidas. Sinto pelos que partiram.

Sinto pelos que perderam.

Sinto pelos que estão sofrendo!

Peço todos os dias que tenhamos verdade, coerência, capacidade de enxergar o que não está certo, aceitar o que não podemos mudar e mudarmos o que pode e deve ser mudado!

É quase uma oração! Por isso ouso dizer: Amém, assim seja!

Ercília Pollice
Ercília Ferraz de Arruda Pollice reside em Campinas, é formada em Letras pela USC – Bauru, bacharel em Literatura Portuguesa. Escritora, conta com 10 livros publicados, entre eles livros infantis e juvenis, além de inúmeras crônicas e poemas. Integra a Academia Campineira de Letras e Artes e Academia Bauruense de Letras. Foi indicada para o Prêmio Jabuti pela autoria do livro infanto–juvenil “Só, de vez em quando” da Editora FTD. Ercília também é artista plástica catalogada no Cat. Júlio Lousada. Aquarelista, já realizou dezenas de exposições individuais e coletivas em diversos salões e galerias, inclusive em Paris. Alegre, de bem com a vida, adora relacionar-se. Sua preferência é escrever sobre relacionamentos em todas as áreas e níveis. Também tem uma queda por comentar fatos políticos e suas implicações, sempre com bom humor e alguma ironia. Poeta, fala só do amor. Quando escreve faz pinturas de palavras, sua arma maior. Quando pinta faz poemas de cores. Tem 3 filhos, escreveu vários livros e já plantou centenas de árvores. Agora, é desfrutar os bons momentos que a vida sempre oferece àqueles que tem olhos e ouvidos para ouvir e entender estrelas.
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