O passo é curto, o ritmo é leve, mas cada movimento é uma pequena vitória contra a dor. Para quem convive com a artrite reumatoide, parar pode ser o pior remédio. No Outubro Cinza, mês dedicado à conscientização sobre essa doença autoimune que causa dor, rigidez e inchaço nas articulações, a caminhada leve surge como aliada — um gesto simples capaz de preservar a mobilidade, manter a autonomia e trazer um pouco de alívio a cada dia.
 

A artrite reumatoide é uma doença autoimune, inflamatória e crônica, que pode causar perda de função nas articulações, especialmente nas mãos, punhos, joelhos e pés.
 

Com o tempo, essa inflamação contínua pode causar danos estruturais, deformidades e limitações importantes, além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares e perda de massa muscular – daí a importância do exercício.
 

“A prática regular de atividade física melhora a dor, a capacidade funcional e o bem-estar geral, quando integrada ao tratamento medicamentoso e acompanhada por uma equipe multiprofissional”, defende o professor da graduação em Educação Física do Centro Universitário IBMR, no RJ, Thiago Arruda.
 

1 – Por que exercitar? “Apesar de ser uma condição que exige cuidados médicos constantes, hoje se sabe que o movimento é um dos melhores aliados no tratamento. Há vários estudos que defendem que o exercício físico, quando bem prescrito, é seguro e traz inúmeros benefícios. Essas orientações reforçam que o exercício ajuda a melhorar a lubrificação das articulações, a força muscular e a mobilidade, além de reduzir a fadiga e a dor e preservar a autonomia”, afirma o professor.
 

2 – Cada caso é um caso: Arruda explica que há pesquisas que recomendam que a prescrição do exercício seja individualizada, considerando o cenário específico de cada um. No geral, exercícios com intensidade baixa a moderada de três a cinco vezes por semana, com duração entre 30 a 60 minutos, podendo começar com períodos menores e aumentar gradualmente. Caminhadas leves, bicicleta ergométrica, hidroginástica e natação são modalidades bastante indicadas. Além disso, exercícios de fortalecimento muscular duas ou três vezes por semana ajudam a proteger as articulações e reduzir o risco de novas lesões.
 

3 – Devagar e sempre: Durante uma crise, acrescenta o professor, recomenda-se o repouso das articulações afetadas, mas o repouso completo deve ser evitado. O exercício deve ser adaptado para movimentos suaves e de baixa intensidade, evitando sobrecarregar as articulações inflamadas, com o objetivo de manter a mobilidade e evitar a rigidez, sem agravar a dor. Optar por exercícios de amplitude de movimento, hidroginástica em água morna ou, aqui também, fazer uma caminhada leve, pode ajudar. Se o exercício causar dor, pare imediatamente, e se a dor persistir por mais de 24 horas, reduza a intensidade na próxima vez.

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