“Tudo o que dorme é criança de novo”, disse o poeta Fernando Pessoa.  Comparação que vai além da poesia. Fisiologicamente, dormir é um processo de organização. Os hormônios se equilibram, os aprendizados são fixados pela memória e até o humor reencontra a leveza na manhã seguinte à noite de sono reparador.  As horas com a cabeça no travesseiro reverberam por todo o organismo – do estômago ao sistema imunológico.  

Motivos existem aos montes para dedicar, ao menos, sete horas por dia ao descanso noturno. Mas, se você ainda faz parte do time nos notívagos convictos, a nutricionista, Priscila Gontijo, traz cinco razões pelas quais você deveria dedicar esse tempo para o sono.  

1-  Saciedade  

Levantar da cama (ou do sofá) e ir até a geladeira em busca de guloseimas durante a madrugada é um comportamento diretamente ligado ao desequilíbrio da liberação de melatonina no organismo. Porém, mais do que dormir, é preciso ir para a cama nos horários recomendados, de acordo com o ciclo circadiano. Organismo regulado é organismo saciado.  Isso porque o sono de má qualidade pode refletir no aumento da grelina, o hormônio que incentiva o apetite. Paralelamente a isso, há a queda da leptina, substância que reduz a vontade de comer. Ou seja: dormir sacia!  

2 – Controle do peso  

Na linha de uma-coisa-leva-a-outra, o indivíduo saciado é um indivíduo que tem melhor capacidade de gerenciamento do peso corporal.  Se o sono em dia auxilia na manutenção dos dígitos na balança, em contrapartida, menos sono que o necessário pode levar ao ganho de peso.  Segundo uma meta-análise, dormir mal é fator de risco para o desenvolvimento da obesidade desde a infância até a vida adulta. 

3- Desempenho atlético A sensação ao acordar de uma noite reparadora dá o tom: a disposição logo cedo tem impacto direto no rendimento nas atividades físicas.  A lógica se aplica aos atletas de basquete – como mostrou um estudo que associou o sono à velocidade, precisão e reações em quadra – e também às mulheres adultas, cujas noites mal-dormidas renderam limitações funcionais.  Sem o descanso adequado, as mulheres analisadas pelos pesquisadores tiveram dificuldade em realizar atividades, além de apresentar uma caminhada mais lenta que o habitual. 

4 – Imunidade  

Mais saúde: quem dorme mais tem um sistema imunológico mais fortalecido.  Para se ter uma ideia, estudos mostram que pessoas que dormem pouco são três vezes mais propensas a ter um resfriado do que aquelas que dormem a quantidade de horas recomendada.  Antes de investir em medicamentos, aposte num ajuste dos seus hábitos noturnos. 

5- Mais produtividade Um cérebro descansado é um cérebro concentrado.  O contrário também se aplica. É que a privação do sono leva ao menor desempenho cognitivo. A explicação está na memorização dos aprendizados do dia, que ocorre, justamente, no período de descanso noturno.  Logo, quem dorme mais tem melhor concentração, mais foco, memória mais ativa e maior produtividade.  

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