Correr é maravilhoso. A corrida traz inúmeros benefícios à saúde física e mental. A prática da corrida nos deixa mais leves, mais ágeis e mais empoderados. Sentimos mais facilidade para transpor obstáculos. Podemos comer mais, sem tanto risco de engordar. Fora os benefícios fisiológicos, cardiovasculares etc. Em princípio, todo mundo pode correr, mas é muito importante ter uma avaliação de risco quando se inicia a prática, além de realizar avaliações periódicas anuais.

Faço de tudo para manter meus pacientes correndo, porque a corrida é construtiva em diversos aspectos fisiológicos e a maioria dos problemas que, em princípio são impeditivos, podem ser tratados de modo a permitir a corrida.

Do ponto de vista ortopédico, há quatro aspectos importantes que temos que avaliar: o IMC, lesões prévias no joelho, força muscular e o gesto esportivo. Todos podem ser tratados e ajustados antes de iniciar a prática.

Uma lesão de menisco ou ligamento gera sobrecarga, podendo erodir a cartilagem do joelho, mas pode ser tratada com uma cirurgia. O sobrepeso pode ser ajustado previamente. A força muscular pode ser facilmente ajustada com exercícios. O gesto esportivo é analisado no laboratório, com o paciente correndo na esteira.

Procuramos manter o padrão de cada indivíduo só interferindo em detalhes que diminuam o impacto ou que melhorem a performance.

Há situações nas quais encontramos uma combinação ruim, com a junção do sobrepeso, lesões prévias no joelho e fraqueza muscular. Essa condição pode, às vezes, ser muito difícil de reverter. Nestes nesses casos, a bicicleta e o ciclo-ergômetro elíptico são sensacionais.

Ou seja, o risco de lesão deve ser estimado pelo ortopedista, levando em conta os aspectos individuais e o aconselhamento deve considerar as expectativas, anseios e as necessidades de cada pessoa.

Com frequência, aceitamos conviver com o risco de uma lesão articular em favor de outros aspectos, ou seja, muitas vezes é melhor administrar uma lesão no joelho e colher todos os outros benefícios que a corrida proporciona. Além disso, o joelho permite tratamentos por infiltrações e suplementos que prolongam a vida atlética.

Tudo é válido contra o sedentarismo. O joelho a gente conserta, mas a depressão é pior que a dor no joelho. Um infarto, pode ser fatal.

Dr. Antonio Masseo de Castro*

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