Nos primeiros anos, o casamento tende a ser um mar de rosas, onde nada dá errado. As discussões do dia a dia são minimizadas, e o casal está disposto a fazer de tudo para o relacionamento funcionar. Porém, com os anos, a atenção vai diminuindo e os problemas podem aparecer.

Um estudo recente descobriu que cuidar do casamento pode também afetar a saúde física do casal: o relacionamento muito estressante pode afetar o coração e aumentar o risco de o cônjuge precisar voltar ao hospital depois de ter tido um ataque cardíaco.

Os cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, queriam testar se estar em um relacionamento longo poderia ajudar ou atrapalhar o cônjuge que tinha acabado de passar por uma experiência de infarto. Para isso, eles analisaram as recuperações de mais de 1,5 mil adultos com idade média de 47 anos, um ano depois de passarem pelo episódio e receberem alta do hospital. Os dados foram comparados com o quão felizes os participantes estavam com a pessoa amada.

Os indivíduos foram convidados a preencher questionários sobre assuntos como qualidade emocional e sexual do relacionamento. Foi usada uma escala de pontos para avaliar a saúde física dos voluntários, incluindo informações sobre dor e saúde mental. Os cientistas também monitoraram os dados hospitalares para identificar readmissões após o infarto.

Resultados

De acordo com as respostas, quatro em cada dez mulheres e três em cada dez homens relataram estresse conjugal grave. Os participantes com estresse severo pontuaram mais de 1,6 e 2,6 pontos a menos do que o grupo de controle em saúde física e mental, respectivamente.

Os mais estressados tiveram oito pontos a menos na qualidade de vida quando medidos em uma escala específica para saúde do coração — eles eram 67% mais propensos a relatar dores no peito do que pessoas com nenhum ou estresse conjugal leve. Além disso, eram 50% mais propensos a serem readmitidos no hospital por qualquer causa em comparação aos demais.

A principal autora do estudo, Cenjing Zhu, disse, em comunicado, que a vida pessoal pode desempenhar papel importante na recuperação dos pacientes, assim como tensão financeira e estresse no trabalho.

“Nossas descobertas apoiam que o estresse experimentado na vida cotidiana, como o conjugal, pode afetar a recuperação de adultos após um ataque cardíaco. Esforços futuros devem considerar o problema na triagem dos pacientes para identificar melhor as pessoas com alto risco de problemas na recuperação”, explica a especialista.

Ataque cardíaco

O infarto agudo do miocárdio, conhecido também como ataque cardíaco, está entre as principais causas de morte entre os brasileiros. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares são responsáveis pelo dobro de óbitos causados por câncer e matam mais do que todas as causas externas, como acidentes e violência.

A ocorrência de ataques cardíacos é tipicamente relacionada a fatores como idade avançada e condições de saúde (colesterol alto, diabetes e hipertensão são alguns exemplos). Porém, eles podem acontecer em pessoas de qualquer idade e sem fatores de risco.

Com informações do Metrópoles

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