A sensibilidade nos dentes é um dos principais problemas de saúde bucal no Brasil, afetando 3 em cada 10 brasileiros, segundo pesquisa realizada pela Kantar TNS em parceria com a GSK.

As mulheres são as mais acometidas, representando 60% dos casos. Em épocas mais frias, é comum que aumentem as queixas de dor de dente. Isso acontece porque a boca tem temperatura equivalente à do corpo humano, entre 36ºC e 37ºC, enquanto a temperatura externa costuma ficar entre 10ºC e 15ºC durante o frio.

“Dentes com dentina exposta, cáries ou outro tipo de trauma oral apresentam terminações nervosas mais sensíveis a estímulos e suscetíveis à dor. Com isso, a inversão térmica gerada pela diferença drástica entre temperatura interna e externa é suficiente para afetar a dentição”, explica a Dra. Kamila Godoy, dentista, membro da Associação Brasileira de Ortodontia.

Outro aspecto que favorece a dor de dente é a sinusite, manifestada com mais intensidade nos períodos de frio. “Essa inflamação afeta os seios paranasais que, entre outros, abrangem o seio maxilar, onde se inserem as raízes dos dentes molares e pré-molares. Assim, essas raízes são afetadas sempre que a sinusite se manifesta, provocando um incômodo parecido com a tradicional dor de dente. Neste caso, é necessário descongestionar os seios afetados para promover o alívio da dor”.

Como aliviar

Em casa, como tratamento caseiro para evitar ou diminuir a sensibilidade dentária, siga as dicas:

– Utilize uma escova de dentes mais macia, para amenizar o atrito durante a escovagem e não lesar o esmalte. Complemente a higiene com o uso do fio dental, que ainda é o melhor método para retirar os resíduos alimentares.

– Evite as pastas branqueadoras e antitártaro, que aumentam a abrasividade. Prefira as específicas para dentes sensíveis, cuja composição auxilia o fortalecimento do esmalte dentário, evitando a exposição das terminações nervosas e o incômodo.

– Aposte nos enxaguantes bucais fluoretados (com flúor), que auxiliam na remineralização do esmalte dentário, diminuindo seu desgaste.

– Evite alimentos doces e ácidos, como frutas cítricas. Também as bebidas muito quentes ou muito geladas, além das gaseificadas, como refrigerantes.

– Cuidado com as dietas muito rigorosas e sem acompanhamento médico. A falta ou o excesso de determinados nutrientes pode tornar ácido o pH da boca.

No entanto, Kamila Godoy alerta: “O ideal é fazer um acompanhamento odontológico preventivo para identificação precoce de problemas bucais. Só o dentista pode indicar procedimentos e produtos corretos para tratar qualquer disfunção”.


Dra. Kamila Godoy é dentista, membro da Associação Brasileira de Ortodontia, da World Federation of Orthodontists e pesquisadora da Faculdade de Odontologia da USP.

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