Em torno de 3% da população mundial sofre com o suor excessivo ou hiperidrose, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A instituição também revela que entre as pessoas que possuem a doença, 40% convivem com o problema sem buscar por nenhum tipo de tratamento.

Produzido pelas glândulas sudoríparas da pele, o suor tem a função de manter a temperatura do corpo, que deve ficar em torno de 36 graus Celsius. A quantidade de transpiração produzida e liberada por um ser humano pode variar de acordo com a idade, sexo e habitat. O suor pode ser provocado por ambientes quentes, atividades físicas, doenças, distúrbios emocionais e dentre outros. Sendo inodoro ao ser eliminado, o suor somente pode provocar mau cheiro quando é mantido na pele por muito tempo e assim torna a área propicia ao surgimento e aglomeração de bactérias.

Sendo um componente importante para a saúde do nosso corpo, o suor é uma manifestação comum do organismo para se manter em equilíbrio. De acordo com a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Teresa Noviello, a sudorese excessiva pode acometer com maior frequência as áreas das axilas, pés, mãos e rosto, mas pode se fazer presente em qualquer outra parte do corpo. “Na maioria das situações, as pessoas com esta condição sempre estão com as mãos e pés molhados e gelados, e ainda podem sofrer com o aparecimento de manchas e mal cheiro nas roupas, algo que destrói a autoconfiança e a autoestima. Além de causar um grande incomodo estético, a condição também pode atrapalhar as relações sociais e profissionais”, explica.

A hiperidrose pode surgir em consequência de quadros de hipertireoidismo, obesidade, menopausa, distúrbios psiquiátricos, ansiedade e nervosismo ou mesmo pela existência de um histórico familiar com o problema. “O início dos sintomas do distúrbio pode ocorrer na infância, adolescência ou idade adulta. Geralmente, a hiperidrose não influi na ocorrência de outras doenças e está mais associada a tendências íntimas e circunstâncias inquietantes e de estresse”, esclarece.

Teresa Noviello aponta que antes de optar pela realização de qualquer tratamento, o paciente deve procurar por um médico, pois, somente ele poderá identificar e recomendar os cuidados e procedimentos adequados para o controle de cada caso. “Em episódios menos intensos da hiperidrose e que se concentram nas axilas, o uso de desodorantes, antitranspirantes e antiperspirantes pode ser uma boa opção”, aconselha.

Já para situações mais graves e que atingem outras partes do corpo existem outras alternativas de tratamentos como os cirúrgicos e não-cirúrgicos, o uso de medicamentos por via oral e simpatectomia. “Um método muito usado por nós dermatologistas é a aplicação de Botox, de tempos em tempos, nos locais afetados. É um tratamento temporário, mas que perdura por um bom tempo”, indica.


Teresa Noviello, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

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