É por volta dos 11 a 13 anos que a menina passa a ter alterações que mudam o seu corpo para sempre. Os hormônios sexuais estão trabalhando a mil, os contornos começam a exibir um corpo de mulher e a primeira menstruação aparece. Junto a isso, há uma série de mudanças nem sempre muito agradáveis, como ganho de peso, cólicas, acnes e crescimento de pelos.

Você sabe por que esses problemas acontecem na puberdade e como amenizá-los? Confira os 07 maiores incômodos das adolescentes e como lidar com cada um deles:

Ganho de peso

Algumas meninas podem passar ilesas por esse problema se tiverem um estirão de crescimento na mesma fase da puberdade ou se não tiverem muita tendência a engordar. Mas, ainda assim, há grandes chances de aumento dos quadris, das pernas, mamas e até da barriga. Meninas que estão acima do peso tendem a ganhar cerca de três vezes mais peso do que as que estão dentro do peso normal. Para evitar os quilos extras, vale apostar em hábitos saudáveis, como manter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente. Ter o acompanhamento de um médico também é importante para garantir que o aumento do peso esteja dentro do esperado para a fase da puberdade.

Acne

O rosto empipocado por cravos e espinhas está relacionado ao aumento dos hormônios sexuais da fase da puberdade. Um dermatologista poderá ajudar a lidar com a acne sem precisar passar vergonha durante a adolescência. Ele pode indicar tratamentos e orientar na manutenção de alguns hábitos: lavar o rosto com sabonetes específicos, usar protetor solar e fazer limpeza de pele e hidratação.

Aumento de pelos no corpo

Essa mudança representa um dos primeiros estágios da puberdade do adolescente. O aumento de pelo está relacionado ao início do desenvolvimento sexual. Para saber se você pode começar a fazer depilação, consulte uma dermatologista que irá analisar a sua necessidade de acordo com a sua idade. Pode ser muito cedo, por exemplo, para fazer uma depilação a laser. Métodos mais simples, como lâmina e cera, podem ser boas opções, já que os pelos ainda estão mais escassos.

Aumento das mamas

As mamas maiores também marcam o início do desenvolvimento sexual com alterações hormonais. É hora de comprar o primeiro sutiã. Para que esse momento não vire um incômodo, prefira tecidos confortáveis – como algodão – e modelos que não apertam os seios demais.

Alterações de humor

As grandes variações dos hormônios sexuais dessa fase podem deixar as suas emoções à flor da pele. A famosa Tensão Pré-Menstrual (TPM) é a fase mais marcante, mas é possível amenizar com alguns cuidados. Uma pesquisa do American Journal of Epidemiology, por exemplo, apontou que mulheres com uma dieta rica em ferro têm de 30% a 40% menos risco de sofrer sintomas da TPM em comparação às que consomem pequenas quantidades do mineral.

Menstruação desregulada

É normal um período de irregularidade de dois anos após a primeira menstruação. Toda função hormonal comandada pelo cérebro e desencadeada pelos ovários pode levar algum tempo para amadurecer e deixar os ciclos menstruais regulares. Ainda é muito cedo para usar pílulas que regulam o ciclo menstrual. É preferível aguardar o desenvolvimento natural de todo o sistema reprodutor feminino, já que não consideramos que esses ciclos irregulares logo no início sejam um problema.

Cólicas

Uma das mais indesejáveis alterações do corpo durante a puberdade, a cólica, acontece pelo seguinte motivo: durante o ciclo menstrual, o útero prepara-se para uma gestação e a sua camada interna (chamada endométrio) se prolifera. Na ausência de uma gravidez, essas células do endométrio precisam ser eliminadas para dar início a um novo ciclo e se descamam em forma de sangramento, que é a menstruação. Durante esse processo, há uma contração da musculatura do útero e uma inflamação da região, que se manifesta pela dor, ou seja, a cólica.

Para combater esse problema, uma das saídas é o uso de medicação anti-inflamatória e antiespasmódica pela adolescente – mas sempre seguindo as recomendações de um ginecologista. Além disso, há hábitos que ajudam a aliviar as dores, como praticar atividade física regularmente, fazer bolsa de água quente na região e alimentar-se de maneira saudável, com opções ricas em vitaminas, cálcio (leite e lacticínios, brócolis e chia), magnésio (tomate, espinafre, aveia).


Dra. Karina Tafner, Ginecologista e Obstetra; Médica Assistente do ambulatório de Reprodução Assistida da Santa Casa (FCMSCSP); Especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana pela Santa Casa; Especialista em Reprodução Assistida pela FEBRASGO

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