Muitas pessoas costumam relacionar a aplicação da toxina botulínica apenas a seu uso estético, mas pode ser aplicado por dentistas.

São poucos que sabem que ela foi descoberta no final da década de 60, por um oftalmologista norte-americano que estava testando uma alternativa eficaz para tratar o estrabismo, e que foi a partir do uso terapêutico que se desenvolveu o cosmético.

No Brasil, essa toxina foi divulgada na década de 90 e ficou popularmente conhecida após a aprovação de uso da primeira marca no país, a Botox®, e por isso tornou-se sinônimo do procedimento.

Desde 2016, os cirurgiões-dentistas brasileiros também podem utilizar a toxina botulínica para fins funcionais, além dos estéticos, desde que não extrapole sua área anatômica de atuação.

O Cirurgião Implantodontista Dr. Daniel Meira Martin, esclarece as principais dúvidas sobre o uso da toxina em consultórios odontológicos. A toxina botulínica é uma neurotoxina extraída da produção de uma bactéria chamada Clostridium botulinum, e promove à desenervação química seletiva da musculatura facial, “Em outras palavras, ela proporciona a paralisação parcial ou “congelamento” temporário de algumas fibras da musculatura da região aplicada”.

A aplicação da toxina botulínica é uma novidade na odontologia, e é muito utilizada para fins terapêuticos, como o tratamento do bruxismo, disfunções têmporomandibulares e o chamado sorriso gengival, por exemplo, “Embora pareçam problemas simples, ambos afetam a qualidade de vida do paciente e até sua autoestima. No caso do bruxismo, a toxina é aplicada no músculo masseter e reduz de forma surpreendente a potência e estímulo da ação de ranger os dentes. Já para tratar o sorriso gengival, a toxina é injetada no músculo que levanta o lábio superior quando sorrimos, e sua paralisia evita que a pessoa exponha demais a gengiva ao sorrir”.

A toxina pode também ser aplicada em casos de sorriso assimétrico e alguns tipos de assimetrias faciais, levando a harmonização estética e equilíbrio muscular após um tratamento odontológico. Dentre os usos mais frequentes da toxina nos consultórios odontológicos, também estão algumas dores faciais. “Em casos assim, o paciente possui uma sensação dolorosa provocada por alterações na articulação que une à mandíbula à maxila, local com complexo sistema de músculos, ossos e ligamentos. É claro que uma série de fatores devem ser analisados individualmente, mas a vantagem do tratamento com a toxina botulínica é que, em muitos casos, ela elimina a necessidade de tomar medicamentos convencionais diários”.

Há ainda quem confunda a toxina botulínica com o preenchimento facial e esclarece, “A toxina tem a função de suavizar ou remover as linhas de expressão causadas pela contração crônica da musculatura, por meio do relaxamento e paralisação da musculatura que recebeu a aplicação. Já o preenchimento facial age na derme, e tem como função tirar os vincos causados pelo envelhecimento da pele ou para o aumento de regiões como lábio e bochechas”.

Algumas literaturas e fabricantes afirmam que o popularmente conhecido botox tem a duração média de 3 a 6 meses, de acordo com a região e a quantidade aplicada. De acordo com o cirurgião, não há contraindicação em relação à idade do paciente interessado em realizar uma aplicação da toxina botulínica, porém é preciso ter bom senso e avaliar a real necessidade caso a caso.


Dr. Daniel Meira Martin é cirurgião Implantodontista da Clinica Action.

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