Com o crédito mais caro, entradas mais altas e regras mais rígidas para comprar a casa própria, o financiamento tradicional acaba perdendo força e dando lugar ao consórcio, que segue ganhando espaço como alternativa estratégica para quem deseja comprar um imóvel em 2026. Somente no período de janeiro de 2020 a setembro de 2025, mais de 580 mil consorciados foram contemplados no segmento de imóveis, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). Durante esse período, foram contabilizados R$ 107,6 bilhões em créditos, potencialmente injetados no mercado imobiliário.
Impulsionado pelo público que busca menos juros, planejamento financeiro e flexibilidade na compra, Cleber Gomes, CEO de Maestria, empresa especializada em consórcio e produtos financeiros, explicou que esse modelo deixou de ser apenas uma “opção complementar” e passou a ser protagonista para quem quer adquirir a casa própria sem comprometer todo o orçamento. “O consórcio se tornou a forma mais inteligente de planejar a compra de um imóvel no médio prazo. Ele combina disciplina financeira, previsibilidade e poder de compra sem juros, algo que o brasileiro valoriza cada vez mais”, afirma.
O consórcio funciona como uma espécie de poupança forçada, com a vantagem de proporcionar a carta de crédito integral quando a contemplação chega. Para quem não tem como comprar à vista e pode esperar, Cleber destaca quatro caminhos possíveis para realizar o sonho da casa própria em 2026, pagando menos que no financiamento:
Contemplação por sorteio
Nesse modelo, o participante faz parte de um grupo de pessoas com o mesmo objetivo e todos contribuem mensalmente. A cada mês, um ou mais integrantes são contemplados por sorteio ou lance e dá direito a uma carta de crédito, que possibilita à compra. “Essa é a opção ideal para quem pode esperar um pouco mais. Muitos clientes iniciam o consórcio com o objetivo de serem sorteados ao longo do tempo. Vale lembrar que quanto mais participantes, maior a chance ao longo dos meses”, explica Cleber.
Contemplação por lance
Para quem tem uma folga financeira maior, dar lances permite antecipar o acesso à carta de crédito e é cada vez mais usado por quem quer o imóvel ainda em 2026: “o cliente pode usar economias próprias, FGTS ou até o lance embutido como estratégia para ser contemplado rapidamente. Essa flexibilidade transforma o consórcio em uma ferramenta poderosa para quem não quer esperar”, destaca. Algumas administradoras também oferecem modalidades de fazer ofertas de forma fixa ou livre, ampliando as possibilidades para o consumidor.
Usar o FGTS como vantagem
No consórcio existe a possibilidade de integrar o FGTS ao processo, que pode ser usado para dar lance, complementar o valor do imóvel ou amortizar o saldo devedor. “Isso acelera drasticamente a realização do sonho da casa própria. Para muitos brasileiros, essa combinação reduz a necessidade de aportes extras e facilita alcançar imóveis de maior valor”, explica.
Variedade na hora da escolha
A carta de crédito do consórcio permite comprar diversos tipos de imóvel, o que amplia o leque de oportunidades em 2026: “ela pode ser usada para casa, apartamento, lote, imóvel comercial e até para construção ou reforma. Essa versatilidade é um dos grandes diferenciais dessa modalidade de compra”, reforça Cléber. Com isso, o consumidor pode aproveitar oportunidades de mercado, como unidades com desconto, imóveis de leilão ou negociações diretas com construtoras.
O especialista destaca que o setor deve crescer ainda mais no próximo ano devido ao mercado aquecido, impulsionado pela busca por alternativas ao crédito tradicional.
“O brasileiro está mais consciente financeiramente e percebeu que o consórcio não é apenas comprar parcelado, mas sim ter a chance de negociar melhor e fugir de juros altos. Em 2026, quem se planejar vai conseguir excelentes oportunidades no mercado imobiliário”, conclui.
CONTINUE LENDO →