Quando se fala em reforma, principalmente de um imóvel que já era habitado, automaticamente as pessoas já se conectam com o trabalho e o custo. A questão é que não necessariamente um projeto de interiores precisa ser assim: com um bom planejamento e análises, é possível, sim, implementar um processo prazeroso e, de certa forma, econômico – uma questão muito importante atualmente.
Embora cada obra tenha um objetivo diferente, sempre haverá um tipo de mudança que se enquadra para o espaço pretendido, ajudando a tirar do papel aquele sonho de repaginar, seja um cômodo em áreas internas ou externas. “Nessas ocasiões, sempre avalio as peças que podemos manter e mesclar com elementos novos, promovendo adaptações e um novo visual. Esse processo contribui para que os custos não fujam do orçamento e, posteriormente, garanta a possibilidade de substituir aquilo que permaneceu durante essa etapa. Certamente deixa a parte financeira dos clientes mais tranquila”, orienta a arquiteta Gigi Gorenstein.
Trocar o revestimento do mobiliário existente também é uma opção, bem como apostar na compra de móveis usados, o que vai de encontro com a agenda sustentável tão presente nos últimos anos.
De acordo com ela, renovar a pintura e elementos decorativos costuma ser a sugestão mais prática e eficaz para atingir o propósito de vivenciar um novo ambiente, mas sem a necessidade de grandes intervenções arquitetônicas. Se a ideia é fugir do comum, outras possibilidades são os papéis de parede, texturas, cimento queimado e os revestimentos como as placas em 3D.
Em muitas situações, a repaginação do layout já seria capaz de adicionar novos ares, entretanto, pode implicar nos pontos de elétrica existentes e que, porventura, não atendam a disposição almejada. “Por isso, meu conselho é estudar antes de mexer. Nessa vontade de inovar, inserir pontos de cor, bem como adicionar um tapete novo e almofadas podem ser grandes aliados”, ressalta ela.
No décor de interiores, o efeito de cimento queimado virou tendência e marcou presença nesse dormitório com um ar contemporâneo, de estilo industrial | Foto: Eduardo Pozella
Levando em consideração cada ambiente, há detalhes pontuais que colaboram com o direcionamento da reforma, sugerindo ideias de transformações:
Sala de estar, jantar e home theater: a arquiteta propõe explorar as cores nas paredes – ou investir nas estampas e texturas dos papéis de parede –, tapetes, e outros objetos decorativos. De repente, trocar a mesa de centro, as mesas laterais ou uma luminária nova já é capaz de entregar uma modificação substancial no espaço;
As almofadas são como uma carta coringa na decoração. Neste projeto elas destacaram as poltronas da varanda e funcionaram muito bem como uma referência de cor na área | Foto: Eduardo Pozella
Quarto: além das paredes, a aquisição de um novo enxoval de cama contribui para a sonhada renovação. Caso não haja a possibilidade de inserir uma cabeceira estofada, por exemplo, Gigi sugere a pintura em meia parede como uma solução que não pesa no bolso e agrega charme ao espaço;
Cozinha: de acordo com a especialista, este é um espaço um pouco mais trabalhoso, pois a maioria dos elementos são fixos. “Não é simplesmente trocar um armário ou o material da bancada. Mas é possível mudar pontualmente com uma nova mesa, cadeiras, banquetas ou luminárias”, avalia;
Banheiro: assim como a cozinha, boa parte da estrutura do ambiente é fixa. Mas ao invés de mexer no layout, o projeto pode contemplar uma mudança no gabinete da pia ou mesmo na iluminação. Em lavabos, o papel de parede é eficiente!
Home office: para a arquiteta, o foco nas cores é um caminho indicado. Caso a mesa existente seja em marcenaria, é interessante mantê-la pelo alto custo que possui – o mesmo vale para a cadeira com ergonomia e regulagem. Porém, se a intenção for montar um escritório do zero ou realizar trocas, a arquiteta aconselha a aquisição de móveis soltos ou comprados prontos, uma vez que a execução sob medida se torna mais onerosa.
Uso de plantas
Além de embelezar os espaços, as plantas melhoram a qualidade do ar, impactando no comportamento e o bem-estar das pessoas que ali convivem. Para a neuroarquitetura – termo referente ao estudo da neurociência aplicada à arquitetura –, o ambiente físico impacta o cérebro, por isso, quando aplicada ao dia a dia, essa ciência tende a melhorar a qualidade de vida.
“As plantas complementam bem todos os ambientes e, para defini-las, sempre levamos em conta a espécie que melhor se adapta às condições de luminosidade”, detalha Gigi, destacando também que elas podem aparecer penduradas, posicionadas em nichos ou em vasos.
As plantas são ótimas aliadas quando o assunto é renovar o ambiente, pois embelezam o espaço e auxiliam no bem-estar dos moradores | Projeto Gigi Gorenstein Arquitetura | Foto: Eduardo Pozella
Arte em casa
As gallery walls são atemporais! Escolher uma parede e preenchê-la com quadros garante muita personalidade e a ideia está longe de ser uma atividade de alto custo. Nessa composição personalizada, vale considerar a inclusão de porta-retratos e até mesmo desenhos feitos pela família que, quando colocados em moldura, se tornam incríveis na montagem da galeria – sem contar que dá um toque bem original à parede, pois emana a personalidade e a essência dos moradores.
O cantinho do home bar e café recebeu um toque sofisticado com a gallery wall contemporânea | Foto: Evelyn Müller
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