O envelhecimento feminino e a consequente menopausa são temidos pela maioria das mulheres. Durante essa fase, a libido é afetada e, se isso não for apropriadamente esclarecido, desavenças entre casais podem surgir.
O Dr. Eliano Pellini, explica que a libido é uma energia vital, muito além da pulsão sexual, que pode ser dirigida a qualquer setor da vida e seus desejos.
O processo de envelhecimento diminui esse interesse substancial”, afirma. Segundo Pellini, a palavra libido relacionada a desejos sexuais também é afetada durante o climatério.
Durante essa fase, os hormônios femininos são reduzidos e todo equipamento sexual é lentamente atrofiado. Geralmente, concomitantemente à menopausa, outros aspectos da vida da mulher, como desânimo, fraqueza e inadequação à família, prejudicam a disposição à libido.
“Basicamente, as queixas sexuais da mulher madura são cinco: falta de desejo, falta de excitação, falta de lubrificação, falta de orgasmo e dor no ato sexual”, ressaltou o especialista. Acrescentou que, no entanto, a maioria das mulheres é neutra em relação ao sexo, ou seja, é normal que precisem de estímulos para entrar no clima; especialmente após relacionamentos longos.
Terapias hormonais com estrogênios e reposição de testosterona são possíveis soluções para o aumento da libido. E, para um pleno resultado, esforços também devem ser direcionados a uma assistência multidisciplinar que inclua cuidado com outros problemas que possam surgir simultaneamente a essa fase, como anemia, depressão e problemas de baixa autoestima.
Durante esse período, aspectos emocionais e físicos estão ligados. “O próprio processo natural de envelhecimento é mal aceito na nossa sociedade e causa desconforto nas mulheres. A impressão que a mídia transmite é de que as pessoas se relacionarão sexualmente durante toda a vida, no entanto, devemos entender que, em determinado momento, a idade chega; e antigos parceiros de sexo se tornam parceiros de vida e de amizade”, frisa Dr. Eliano.
O parceiro deve ser compreensivo e perceber a sensibilidade do período pelo qual a cônjuge está passando, além de contribuir para que o prazer sexual seja mútuo. “É difícil conciliar esses dois componentes, homem e mulher. Por isso, o papel do parceiro é fundamental”.
Boa alimentação e exercícios físicos rotineiros são imprescindíveis para manter a qualidade de vida e, consequentemente, contribuir para estimular a libido. “É bom evitar medicamentos antidepressivos, pois estes interferem na vida sexual. A indicação de quais são as melhores drogas para não interferir interesse sexual deve ser feita por um psiquiatra, e é indispensável”, conclui.
Dr. Eliano Pellini é membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e chefe do setor de saúde e medicina sexual da Faculdade de Medicina do ABC.
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