O diabetes é uma das doenças crônicas mais prevalentes do mundo, afetando mais de 589 milhões de adultos, segundo estimativas da Federação Internacional de Diabetes (IDF). No Brasil, o número de pessoas diagnosticadas com a condição já ultrapassa 16 milhões. Além dos conhecidos riscos cardiovasculares e renais, o diabetes também pode impactar a saúde musculoesquelética — especialmente as articulações.
Em alusão ao Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro), a Zimmer Biomet, líder global em saúde musculoesquelética, consultou o médico ortopedista Dr. Mauro Meyer para esclarecer a específica relação entre diabetes e artrose, uma consequência ainda pouco discutida atualmente. Nesse sentido, o especialista explica que níveis elevados e constantes de glicose no sangue provocam uma série de reações no organismo, que podem acelerar o desgaste das articulações.
“A hiperglicemia estimula a produção de radicais livres, moléculas instáveis que danificam as células da cartilagem e favorecem processos inflamatórios crônicos. Essa inflamação constante acelera a degeneração articular e pode antecipar o surgimento da artrose”, aponta Dr. Mauro.
Como o diabetes afeta as articulações
A artrose é uma doença degenerativa caracterizada pelo desgaste progressivo da cartilagem — tecido que recobre as extremidades dos ossos — causando dor, rigidez e perda de mobilidade. No caso de pessoas com diabetes, o médico alerta que o problema tende a evoluir mais rapidamente.
“O diabetes compromete a circulação sanguínea, reduzindo o aporte de oxigênio e nutrientes às articulações. Além disso, o excesso de glicose altera a composição do colágeno, tornando o tecido menos elástico e mais propenso a microlesões”, afirma. “Isso tudo se soma a um quadro de inflamação sistêmica que contribui para o avanço da artrose.”
Outro ponto de atenção, segundo o ortopedista, é o sobrepeso, comum entre pacientes com diabetes tipo 2. O aumento da carga sobre joelhos e quadris intensifica o desgaste da cartilagem e eleva o risco de dor e limitação funcional.
“Cada quilo a mais sobre o corpo representa uma sobrecarga significativa sobre os joelhos. Com o tempo, isso se traduz em dor, rigidez e perda de mobilidade, impactando diretamente a qualidade de vida”, destaca o médico.
Prevenção e cuidados integrados
Embora o diabetes aumente o risco de artrose, é possível adotar medidas preventivas. Segundo o Dr. Mauro Meyer, o controle rigoroso da glicemia é o primeiro passo para preservar a integridade das articulações.
“Manter a glicose estável reduz a inflamação e ajuda o corpo a reparar microlesões. Associar isso à prática regular de exercícios de baixo impacto, como caminhada, hidroginástica ou ciclismo, fortalece a musculatura de sustentação e protege as articulações”, orienta.
Além da atividade física, o médico destaca o papel da alimentação equilibrada e do acompanhamento médico contínuo.
“Uma dieta rica em vegetais, proteínas magras e gorduras boas, associada ao controle de peso, faz toda a diferença. E sempre que houver dor, estalos ou rigidez persistente, é importante buscar avaliação médica precoce para evitar que o quadro evolua”, reforça o especialista.
Tratamentos e abordagens modernas
Nos casos em que a artrose já está instalada, o tratamento busca aliviar sintomas, preservar a mobilidade e retardar a progressão da doença. As opções incluem medicamentos, fisioterapia, infiltrações e, em estágios mais avançados, cirurgias reconstrutivas com próteses articulares – atualmente realizadas com o apoio de plataformas robóticas, pensando na máxima precisão e personalização desses procedimentos.
“Hoje contamos com tecnologias muito avançadas que devolvem a mobilidade e reduzem a dor de forma significativa. O mais importante é que o paciente não negligencie os sinais iniciais e busque acompanhamento especializado”, conclui o Dr. Mauro Meyer.
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