A gordura no fígado, também chamada de esteatose hepática, é uma condição cada vez mais comum — mesmo entre pessoas que não estão acima do peso. Na maioria dos casos, ela é silenciosa: não causa sintomas claros no início, o que torna a detecção precoce essencial para evitar complicações mais sérias, como inflamação e cirrose.
O que é a gordura no fígado
A esteatose ocorre quando o fígado acumula mais gordura do que consegue metabolizar.
Esse acúmulo está geralmente associado a alimentação desequilibrada, sedentarismo, excesso de açúcar e álcool, mas também pode aparecer em pessoas magras com resistência à insulina ou predisposição genética.
Nos estágios iniciais, o fígado ainda funciona normalmente, mas se o quadro evolui sem tratamento, pode haver inflamação e lesões nas células hepáticas — o que caracteriza a esteato-hepatite, uma forma mais grave da doença.
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Como identificar o problema antes que avance
O grande desafio é que a gordura no fígado raramente dá sinais visíveis no começo. Ainda assim, há formas de perceber alterações e buscar avaliação médica.
Principais formas de detecção:
- Exames de sangue: alterações nas enzimas hepáticas (TGO, TGP e GGT) podem indicar sobrecarga no fígado, embora nem sempre estejam elevadas nas fases iniciais.
- Ultrassonografia abdominal: é o exame mais comum para detectar o acúmulo de gordura. É simples, indolor e amplamente disponível.
- Elastografia hepática: uma espécie de “ultrassom avançado” que mede a rigidez do fígado, ajudando a identificar se há inflamação ou fibrose.
- Check-ups regulares: mesmo sem sintomas, pessoas com sobrepeso, colesterol alto, diabetes ou histórico familiar devem fazer exames de rotina para avaliar a função hepática.
Sintomas que merecem atenção
Embora a esteatose seja silenciosa, alguns sinais podem aparecer quando o quadro avança:
- Cansaço constante;
- Desconforto abdominal, principalmente no lado direito;
- Inchaço;
- Náuseas ocasionais;
- Ganho de peso, especialmente na região abdominal.
Esses sintomas não são exclusivos da gordura no fígado, mas servem como alerta para procurar um médico e investigar.
O que fazer ao receber o diagnóstico
A boa notícia é que a gordura no fígado tem reversão possível — especialmente quando identificada precocemente.
O tratamento baseia-se em mudanças no estilo de vida, como:
- Melhorar a alimentação, reduzindo o consumo de açúcar, ultraprocessados e gorduras saturadas;
- Aumentar a ingestão de vegetais, frutas, fibras e proteínas magras;
- Praticar atividade física regularmente;
- Controlar o peso corporal, colesterol e glicemia;
- Evitar o consumo de álcool.
Pequenas mudanças já podem gerar resultados significativos em poucos meses, devolvendo ao fígado sua função normal.
Detectar a gordura no fígado precocemente é o passo mais importante para evitar complicações futuras.
Mesmo sem sintomas, manter exames regulares, alimentação equilibrada e rotina ativa é a melhor forma de prevenção.
O diagnóstico precoce permite tratar antes que o fígado sofra danos — e isso faz toda a diferença para a saúde a longo prazo.