Em busca de mais vitalidade, a empresária baiana Perinalva Dias da Silva, de 60 anos, recebeu de um médico com atuação em ortomolecular – área sem reconhecimento oficial pelo Conselho Federal de Medicina – a indicação para usar um chamado “soro da imunidade”. O tratamento consistia em um coquetel intravenoso de vitaminas e minerais, administrado em sessões semanais com a promessa de “reacordar” o organismo.
No entanto, já após a primeira aplicação, Perinalva passou a apresentar sintomas preocupantes: perda de apetite, inchaço e pele amarelada. Mesmo avisando que se sentia debilitada, ela foi informada pelo médico de que esses sinais eram normais. A situação se agravou após a segunda dose: surgiram febre constante, dores abdominais, constipação e urina escura.
Aos poucos, sua condição deteriorou drasticamente. Perinalva sentiu fraqueza nos membros inferiores e, em meio ao desespero, chegou a dizer ao filho: “Eu vou morrer”. Foi socorrida às pressas por uma ambulância; teve três paradas respiratórias e foi levada ao hospital, onde foi diagnosticada com hipervitaminose — condição causada por excesso de vitaminas, que pode desencadear insuficiência renal, hepática e hemorragias. O diagnóstico se comprovou: houve falência dos rins e do fígado, além de um quadro preocupante de hemorragia evidente pela coloração escura da urina.
Transferida em caráter emergencial para um hospital em Salvador, Perinalva chegou a permanecer em coma por 28 dias. Passou sete meses em unidades de terapia intensiva e chegou a ser registrada na fila de um possível transplante renal devido à gravidade. Felizmente, seus órgãos se recuperaram com tratamento adequado.
Hoje, embora viva, sua rotina mudou drasticamente. Desde a alta hospitalar, em 25 de março, enfrenta sequelas como dificuldade para caminhar e fraqueza generalizada, e não conseguiu retomar suas atividades profissionais. Além disso, passou a usar medicação para controlar a pressão arterial, prevenir doenças cardiovasculares e cuidar da saúde mental.
*Com informações do Metrópoles
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