A caxumba é uma doença viral conhecida entre os brasileiros e que já foi mais comum antes da criação da vacina, incorporada ao calendário nacional de imunização em meados dos anos 90. Entre 2001 e 2024, o estado de São Paulo registrou picos de surtos em 2003, 2007 e 2016 – última grande manifestação da doença, com 1.253 surtos e mais de sete mil casos. E, recentemente, a doença voltou a ser assunto graças aos últimos episódios da novela “Vale Tudo”, que despertaram dúvidas sobre suas complicações.

A caxumba é uma infecção contagiosa, que se transmite pelo contato com a saliva e através das secreções eliminadas ao falar, tossir e espirrar. Segundo a infectologista, Mirian Dal Ben, os sintomas iniciais da doença são semelhantes aos da gripe, como febre, dor de cabeça e dor no corpo. “Quando o vírus se instala no organismo, ele atinge a parótida, glândula salivar localizada na região da face à frente e abaixo de cada orelha, o que causa o inchaço característico da doença”, explica a especialista.

De acordo com Mirian, a caxumba pode causar também complicações neurológicas como meningite e encefalite, além de orquite, inflamação e infecção do testículo, e ooforite, infecção no ovário. “Quando a orquite atinge os dois testículos, é possível desenvolver algum grau de esterilidade e haver redução da fertilidade masculina”, afirma.

A infectologista explica que não há tratamento específico para a caxumba. O cuidado médico é feito com medicação para aliviar os sintomas, como anti-inflamatórios, além de medidas simples, como compressas geladas para reduzir a dor e o inchaço. A forma mais eficaz de prevenir a doença e suas complicações é a vacinação: a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

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