As hérnias abdominais são mais comuns do que se imagina — e silenciosas até que se tornem um problema sério. Caracterizadas pelo deslocamento de órgãos ou tecidos através de áreas enfraquecidas da parede abdominal, elas podem se manifestar como um simples inchaço ou evoluir para quadros que exigem cirurgia urgente.
“Apesar de parecerem inofensivas, as hérnias podem comprometer a circulação sanguínea de partes do intestino, levando a complicações graves e até à morte se não tratadas a tempo”, alerta o Dr. Ernesto Alarcon, cirurgião geral com especialização em videolaparoscopia.
As causas são diversas e muitas vezes evitáveis. Esforço físico excessivo, obesidade, gestação, tosse crônica — principalmente em fumantes — e até cicatrizes de cirurgias anteriores estão entre os principais fatores de risco. “O abdômen tem pontos naturalmente mais frágeis. Quando sobrecarregado, pode ceder e permitir a saída de alças intestinais ou gordura abdominal”, explica o Dr. Alarcon.
Sinais de que algo está errado
Os sintomas variam, mas alguns sinais são bastante característicos:
- Protuberância visível na barriga ou na virilha, que pode aumentar ao tossir ou levantar peso;
- Dor ou desconforto local, que piora com esforço físico;
- Sensação de peso ou pressão na região afetada;
- Em casos mais graves, náuseas, vômitos e obstrução intestinal.
Do diagnóstico ao tratamento
O tratamento dependerá do tipo e da gravidade da hérnia. Hérnias pequenas e sem sintomas podem ser apenas acompanhadas. Em casos sintomáticos ou de risco, o procedimento cirúrgico é a opção mais segura. As técnicas mais modernas, como a laparoscopia, são minimamente invasivas e promovem uma recuperação mais rápida e com menos dor.
“O uso de telas para reforçar a parede abdominal tornou a cirurgia mais eficaz e com menores índices de reincidência. O importante é não adiar o diagnóstico”, orienta o especialista.
Quando a hérnia vira emergência
Em situações de estrangulamento — quando o fluxo sanguíneo do órgão herniado é interrompido — a cirurgia deve ser realizada imediatamente para evitar a necrose do tecido. “Dor intensa e súbita, vômitos e a impossibilidade de reduzir a hérnia são sinais de alerta vermelho”, reforça o Dr. Ernesto Alarcon.
Com o aumento da expectativa de vida, a obesidade crescente e o envelhecimento da população, o número de cirurgias para hérnias também tem aumentado no Brasil. A boa notícia é que, quando tratadas de forma precoce e adequada, as hérnias abdominais têm excelente prognóstico.
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