hepatite B é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que merece atenção especial devido à sua alta transmissibilidade e impacto na saúde pública. Estima-se que o vírus da hepatite B (HBV) seja até 50 vezes mais contagioso que o HIV, o que o torna uma preocupação significativa em termos de prevenção e controle.
Transmissão e Prevenção
O HBV pode sobreviver por períodos prolongados fora do corpo e possui um potencial de infecção maior que os vírus da hepatite C (HCV) e da imunodeficiência humana (HIV) em indivíduos suscetíveis. As principais formas de transmissão incluem relações sexuais desprotegidas, transmissão vertical (da mãe para o filho durante a gestação ou parto), compartilhamento de materiais para uso de drogas, objetos de higiene pessoal contaminados e procedimentos médicos ou estéticos sem as devidas normas de biossegurança.
A vacinação é a medida preventiva mais eficaz contra a hepatite B. No Brasil, a vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é recomendada para todas as faixas etárias, com esquema de três doses para garantir a imunização completa.
Dados Epidemiológicos no Brasil
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2024, de 2000 a 2023, foram notificados mais de 785 mil casos de hepatites virais no Brasil, sendo 36,8% do tipo B. Em 2023, foram registrados 10.092 novos casos de hepatite B, representando 35,4% dos casos de hepatites virais notificados naquele ano.
Estima-se que quase 1 milhão de pessoas vivam com hepatite B no país, das quais 700 mil ainda não foram diagnosticadas. Até 2022, 264 mil pacientes haviam sido diagnosticados, e 41 mil estavam em tratamento.
Desafios e Perspectivas
A pandemia de COVID-19 impactou negativamente o diagnóstico e tratamento das hepatites virais, incluindo a hepatite B. Houve uma redução de 36% nos casos confirmados de hepatite B entre 2019 e 2022, passando de 14.350 para 9.156 casos. Contudo, essa diminuição está relacionada às limitações de acesso aos serviços de saúde durante a pandemia, e não necessariamente a uma redução real na incidência da doença.
O Ministério da Saúde tem adotado medidas para enfrentar esses desafios, incluindo campanhas de conscientização, ampliação do acesso a testes rápidos e incentivo à vacinação. meta é eliminar as hepatites virais como problema de saúde pública até 2030, alinhando-se às diretrizes da Organização Mundial da Saúde.
A hepatite B continua sendo uma IST de alta transmissibilidade e impacto significativo na saúde pública brasileira. prevenção por meio da vacinação, uso de preservativos e práticas seguras é fundamental. Além disso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para reduzir a morbidade e mortalidade associadas à doença. crucial que a população esteja informada e que os serviços de saúde estejam preparados para oferecer suporte adequado no combate à hepatite B.
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