A fibromialgia é uma síndrome que se caracteriza por dores generalizadas, principalmente na musculatura, que podem durar mais de três meses, sem apresentar, no entanto, evidências de inflamação nos locais doloridos. Junto com a dor, outros sintomas como fadiga, distúrbios no sono, alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais podem acometer os pacientes.

A doença é relativamente comum e, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), afeta cerca de 2% a 3% da população brasileira, com uma maior incidência em mulheres do que em homens, sobretudo na faixa etária entre 30 e 50 anos de idade.

“Há uma alteração no sistema nervoso central do paciente que faz com que ele passe a ter uma percepção de dor amplificada. Situações que não causariam dor normalmente a outras pessoas, causam muita e intensa dor em pacientes com fibromialgia”, explica o reumatologista José Eduardo Martinez, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).

De acordo com ele, a fibromialgia também pode aparecer em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, o que, muitas vezes, dificulta uma completa melhora dos pacientes.

O reumatologista explica que o diagnóstico da fibromialgia é clínico, com o médico analisando criteriosamente o histórico do paciente, com exames físicos e outros que auxiliam para afastar condições que podem causar sintomas semelhantes. “Algumas pessoas têm uma predisposição genética para desenvolver a fibromialgia, mas este não é um fator determinante. O problema pode ser consequência de infecções, por exemplo, ou de questões emocionais, como estresse, traumas e depressão”, ressalta Martinez.

O entendimento da doença pelo paciente sempre é importante, para que possa compreender as várias situações que terá que enfrentar. “No tratamento da fibromialgia, os exercícios físicos elevam o nível de serotonina, melhoram o sono e melhoram a depressão. Já os medicamentos são usados com bons resultados. Em algumas pessoas, episódios de dor intensa desencadeiam uma alteração permanente no sistema nervoso central”, completa o reumatologista Rafael Navarrete, coordenador da Comissão de Dor da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).   

A fibromialgia é uma doença autoimune?

Não. A Fibromialgia não é uma doença autoimune. Autoimunidade é um termo utilizado para designar um grupo de doenças em que o sistema imunológico (de defesa) ataca o próprio corpo. Quer dizer, o sistema imunológico, responsável por defender o organismo contra bactérias e vírus invasores passa a acreditar que as proteínas das células de diferentes partes do corpo são invasoras e envia células de defesa para atacá-las e isolá-las, destruindo estruturas e causando diferentes sintomas nos pacientes. Dentre a doenças autoimunes estão o Lúpus Eritematoso Sistêmico, a Artrite Reumatoide, a Esclerose Múltipla, o Diabetes tipo 1 e outras.

Quais são os sintomas?

  • Dor generalizada é o principal sintoma e pode estar presente em diversos pontos do corpo;
  • Fadiga como falta de energia e cansaço excessivos, mesmo após dormir muitas horas;
  • Distúrbio do sono reparador ou profundo;
  • Sensação de formigamento em mãos e pés;
  • Dificuldades cognitivas, como problemas para se concentrar por longos períodos de tempo;
  • Ansiedade e ou depressão podem estar associados.

É fácil fazer diagnóstico da fibromialgia?

Não é um diagnóstico simples de fazer, pois as dores crônicas e generalizadas fazem parte de uma série de doenças. São queixas comuns em ambulatório/consultório médico. Quando existem estas queixas e os sintomas não respondem à medicação mais comum, como analgésico e anti-inflamatório, é muito importante acompanhamento bem próximo deste paciente, com exames laboratoriais, exames de imagem, algumas vezes, biopsias, para se fazer um diagnóstico preciso.

É facil tratar a fibromialgia?

A fibromialgia pode ser bem controlada. A resposta ao tratamento dependerá da intensidade da doença no paciente. Vários fatores influenciam a boa resposta terapêutica como a compressão da doença pelo paciente, os fatores genéticos, o comprometimento psicológico, insatisfação no trabalho e familiar.

Qual o tratamento da fibromialgia?

O tratamento é individualizado e irá depender dos sintomas apresentados por cada paciente e do momento de vida do paciente. 

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