A disidrose é uma condição dermatológica que gera diversas dúvidas, principalmente no que diz respeito à sua relação com alergias e outras condições cutâneas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ela é definida como uma “erupção sudoral súbita, localizada nas mãos, mais frequentemente, e nos pés – caracteriza-se por inúmeras vesículas, pequenas coleções líquidas na pele, que se formam devido à infiltração sudoral entre as células da pele”.
De acordo com Julinha Lazaretti, especialista no tema e cofundadora da Alergoshop, rede de cosméticos hipoalergênicos, ela é frequentemente confundida com alergias, brotoejas e até mesmo com dermatite de contato. No entanto, essas condições têm origens e tratamentos distintos.
É uma alergia?
A disidrose não deve ser confundida com alergias, embora seus sintomas, como o aparecimento de bolhas na pele, possam ser semelhantes. Enquanto as alergias são causadas pela reação do corpo a substâncias específicas, como alimentos, medicamentos ou produtos de limpeza, ela é uma reação exacerbada do corpo ao suor, frequentemente desencadeada por fatores como calor ou umidade. A diferença mais marcante é a localização das erupções: enquanto as alergias podem afetar qualquer parte do corpo, a disidrose é geralmente restrita às mãos e aos pés.
Segundo Lazaretti, a condição pode ser tratada com cremes e pomadas específicas, que visam reduzir a inflamação e controlar o suor nas áreas afetadas. Ela ressalta que é fundamental evitar o uso de produtos irritantes, como sabonetes fortes e detergentes, que podem agravar o quadro. Em alguns casos, a prescrição de medicamentos orais pode ser necessária, dependendo da intensidade dos sintomas.
Existem mecanismos de controle?
“Sim, existem maneiras de controlar a disidrose”, afirma Julinha. O primeiro passo é evitar os fatores que desencadeiam os sintomas, como calor excessivo, suor e a exposição a substâncias irritantes. O uso de cremes e loções calmantes ajuda a aliviar a irritação e reduzir a inflamação. Além disso, alguns medicamentos tópicos, como corticosteroides, podem ser indicados para reduzir os sintomas mais intensos. A utilização de antitranspirantes, especialmente aqueles sem fragrâncias e aditivos, também vem como uma medida eficaz para controlar o suor nas áreas afetadas.
Vale ressaltar que manter a pele hidratada e protegida é uma medida válida para prevenir o surgimento de novos surtos. Lazaretti recomenda a utilização de produtos específicos para peles sensíveis, como cremes e sabonetes hipoalergênicos, que ajudam a manter a barreira cutânea intacta sem causar reações adversas.
Por que aumenta com o calor?
O calor é um dos principais fatores que agrava a disidrose – a condição está diretamente relacionada à sudorese excessiva, e o aumento da temperatura corporal intensifica a produção de suor, favorecendo o aparecimento das vesículas características da condição. Com isso, o líquido se infiltra entre as células da pele, causando as erupções.
Fatores como o uso de roupas sintéticas e a exposição a produtos de limpeza, como detergentes e sabonetes agressivos, também contribuem para seu agravamento. Esses itens podem irritar a pele e aumentar a sensibilidade, tornando-a mais propensa ao aparecimento de bolhas. Nesse caso, Julinha sugere o uso de luvas protetoras durante a limpeza ou ao manusear produtos químicos, para evitar o contato direto com substâncias irritantes que podem desencadear a disidrose.
É contagioso?
A disidrose não é contagiosa, já que não está relacionada a infecções ou transmissão entre pessoas. No entanto, a condição tem se tornado cada vez mais comum, afetando um número crescente de pessoas. Isso pode ser atribuído, em parte, ao aumento dos níveis de estresse.
Esse fator tende a agravar a disidrose, uma vez que interfere na regulação do suor e pode aumentar a sudorese nas áreas mais propensas, como as mãos e os pés. Esse fator, aliado ao calor e a outros irritantes ambientais, tem levado a um aumento significativo de casos, tornando-a mais frequente no cotidiano de muitas pessoas.
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