A epilepsia é uma condição em que, por um determinado período, há um conflito no cérebro causado por descargas ou impulsos elétricos incorretos emitidos pelos neurônios, levando ao mal funcionamento do cérebro.
“Existem dois tipos de epilepsia, a parcial e a total. No primeiro caso, essa emissão incorreta de sinais fica limitada a apenas uma parte do cérebro, enquanto no segundo, o cérebro todo é afetado”, diz o Dr. Felippe Saad, neurocirurgião do Hospital Albert Sabin (HAS).
Dentre os sintomas de uma crise epiléptica estão:
- Movimentos involuntários e/ou repetitivos
- Contrações musculares intensas;
- Salivação excessiva;
- Mordedura da língua;
- Respiração ofegante;
- Perda de consciência.
O diagnóstico da epilepsia feito apenas por meio das manifestações clínicas não é o suficiente e, por isso, é imprescindível realizar exames neurológicos tais como o eletroencefalograma, a tomografia axial computorizada (TC) cranioencefálica e/ou a ressonância magnética.
“Exames de imagem, como o encefalograma, que vai registrar as ondas cerebrais, e uma tomografia, por exemplo, para identificar se o paciente possui alguma lesão cerebral são essenciais para o correto diagnóstico da doença”, explica o neurologista do HAS.
Quanto ao tratamento, 95% dos indivíduos diagnosticados podem ser tratados com medicamentos, contudo, há casos em que é indicado uma intervenção cirúrgica.
O procedimento cirúrgico da enfermidade se resume na remoção da anomalia encontrada nos exames de imagem, após sua identificação, podendo ser menos invasivo ou de maior risco, dependendo da localização e das características da lesão.
“Normalmente, dividimos o diagnóstico da doença em dois grupos, as primárias, que não é possível identificar a causa por exame de imagem, e as secundárias, onde há o reconhecimento de alguma lesão, má formação ou até mesmo um tumor cerebral, tornando-se assim, viável a realização de uma operação cirúrgica”, diz o médico.
A recuperação da cirurgia é similar a outras intervenções neurocirúrgicas, com cuidados como evitar esforço físico, realizar caminhadas com auxílio da equipe médica, como fisioterapeutas, e a higienização correta e recorrente do local operado. É importante ressaltar que o restabelecimento total pode levar meses.
Como a cirurgia é realizada para melhorar o controle das crises em que a medicação não mais o faz, não é possível garantir a cura da epilepsia através do procedimento. “Após a operação, não é retirado totalmente os medicamentos do paciente, sendo necessária a observação por um determinado período para considerar uma diminuição progressiva. Contudo, em alguns casos, torna-se possível a exclusão desses medicamentos” finaliza o Dr. Saad.
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