Jo Shaw Pyke, uma moradora da Inglaterra de 48 anos, começou a sentir uma coceira constante ao redor da região genital em 2022. O incômodo, que parecia inofensivo a princípio, era acompanhado de uma dor intensa que ela descreveu como “urinando lâminas de barbear”. Durante 18 meses, os médicos acreditavam que seus sintomas estavam relacionados à menopausa e infecções urinárias, e ela foi tratada com seis antibióticos diferentes.

Anteriormente, Shaw havia enfrentado um câncer no colo do útero e, por conta disso, passou por uma histerectomia em 2020. No entanto, nenhum dos exames realizados após o surgimento dos novos sintomas apontava qualquer anormalidade. Em meio à pandemia, ela foi aconselhada repetidamente a ficar em casa e teve seus sintomas minimizados pelos médicos.

“Continuava indo ao médico, mas eles insistiam que era tudo menopausa”, disse Shaw em entrevista ao Daily Mail. A situação só mudou em dezembro de 2023, quando um caroço foi detectado na vulva durante uma consulta de rotina. Na noite anterior, após o banho, Shaw sentiu uma dor aguda ao se enxugar e decidiu olhar a área com um espelho, o que a deixou em choque. Ao perceber o nódulo, mostrou imediatamente ao marido, preocupada com a nova descoberta.

Após exames mais detalhados, Shaw foi diagnosticada com melanoma de mucosa vulvar, um tipo raro de câncer que já havia se espalhado para os gânglios linfáticos. O tumor, medindo cerca de 8 cm — do tamanho de uma bola de tênis —, foi removido em janeiro de 2024. A cirurgia, porém, foi difícil, e Shaw sofreu com complicações no processo de cicatrização, incluindo infecções e pontos que se abriram.

Apesar da remoção do tumor, uma biópsia em junho revelou que o câncer havia retornado. Atualmente, Shaw está em tratamento paliativo com imunoterapia, pois, no caso do melanoma de mucosa, os tratamentos disponíveis são limitados, e a doença não apresenta sintomas claros em seus estágios iniciais.

Com o apoio de amigos, uma campanha no GoFundMe foi criada em agosto para arrecadar fundos para um tratamento experimental que não está disponível no Reino Unido. Mesmo diante da gravidade de seu estado, Shaw mantém a esperança de superar a doença e se dedica a apoiar outros pacientes com câncer. Seu objetivo é fortalecer o grupo de suporte que fundou para pessoas com tumores incuráveis e continuar sendo uma voz ativa na conscientização sobre o melanoma mucoso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *