As dores nas articulações e condições reumáticas têm um impacto significativo na saúde pública, com severas consequências para a mobilidade e o bem-estar. A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) estima que, no país, 15 milhões de pessoas sofrem com doenças reumáticas, como artrite e artrose, e ao contrário do que se imagina, as condições reumáticas afetam indivíduos de todas as faixas etárias.
“Sem o diagnóstico aos primeiros sinais e o devido tratamento, as pessoas são prejudicadas por limitações na vida profissional e pessoal por conta da constante presença da dor e da dificuldade de se mover, o que compromete a qualidade de vida do paciente e de suas interações sociais”, explica o reumatologista, Dr. Levi Higino Jales Neto.
Predominantemente, ossos, articulações, cartilagens, músculos, tendões e ligamentos são as áreas afetadas pelas doenças reumáticas. Mas essas doenças também podem atingir outros órgãos como rins, coração, pulmão, pele, sistema circulatório, cérebro e sistema nervoso central. Entre os sintomas estão dor persistente e inchaço nas articulações, que podem levar à deformidade nos pés e mãos, desgaste nas cartilagens e nos ossos.
“As enfermidades reumáticas mais comuns são a osteoartrite, conhecida como artrose, fibromialgia, osteoporose, gota, tendinite, bursite, Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), lombalgias, espondiloartrites, que pode se manifestar por uma simples dor nas costas, e artrite reumatoide”, enumera o Dr. Jales Neto.
A osteoartrite é apontada pela SBR como responsável por até 40% das consultas em ambulatórios de Reumatologia. A doença causa muita dor e limita o dia a dia dos pacientes, sendo responsável por afastamentos do trabalho e aposentadoria precoce no país. No mundo, é a quarta doença que mais afeta a qualidade de vida, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“O sedentarismo e a falta de diagnóstico precoce são fatores agravantes dessa realidade, que com o envelhecimento da população e o crescimento da ocorrência de doenças crônicas no Brasil, representam um grande desafio e a necessidade de cuidado com as dores articulares”, reflete o especialista. “Existe ainda a questão do uso indiscriminado de medicamentos e opioides sem prescrição médica, o que pode levar a outros problemas de saúde”, adverte.
Confira algumas dicas para evitar dores nas articulações:
- Pratique atividades físicas regularmente – Exercícios de baixo impacto, como caminhada, natação e pilates, ajudam a fortalecer os músculos e a proteger as articulações, melhorando a mobilidade e reduzindo o risco de lesões.
- Alimentação equilibrada – Consumir alimentos ricos em proteínas e evitar açúcares e gorduras excessivas reduz a inflamação e o sobrepeso, que podem agravar doenças articulares como artrite e artrose.
- Controle o peso corporal – O excesso de peso aumenta a pressão sobre as articulações, especialmente nos joelhos e quadris, acelerando o desgaste. Manter um peso saudável é essencial para prevenir problemas crônicos.
- Observe a postura – Adotar uma postura correta ao sentar e levantar evita sobrecarga nas articulações. É importante ajustar cadeiras e monitores no trabalho para manter a coluna alinhada.
- Evite movimentos repetitivos – Repetição excessiva de certas tarefas, como digitar ou costurar, pode provocar lesões por esforço repetitivo. Fazer pausas frequentes ajuda a proteger as articulações.
- Cuide da saúde emocional – Estresse e ansiedade também impactam negativamente o corpo. Gerenciar a saúde mental, com pausas e momentos de lazer, contribui para o bem-estar geral e protege as articulações de tensões adicionais.
- Consulte um especialista regularmente – Fazer check-ups e acompanhar sintomas de dor desde o início permite tratar problemas articulares precocemente, evitando complicações maiores.
Essas ações são importantes tanto para a prevenção quanto para a manutenção da saúde articular, especialmente com o passar dos anos.
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