Considerado o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, somente no Brasil são esperados 74 mil novos casos de câncer de mama até o final de 2024, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Com grandes chances de cura ao ser descoberta precocemente, a prevenção da doença por meio da realização de alguns exames é o melhor caminho. E nesse sentido, ao lado de soluções tradicionais e mais populares, como é o caso das ultrassonografias e mamografias, os testes genéticos têm mostrado um alto potencial de rastreio do tumor, antes mesmo de surgirem os primeiros nódulos.
O que são os testes genéticos para o câncer de mama?
Trazidos ao Brasil por companhias como a QIAGEN, especialista em diagnósticos moleculares, os testes genéticos para o câncer de mama utilizam a técnica de sequenciamento de nova geração (NGS). Esses exames analisam partes específicas do DNA e são capazes de identificar se existe alguma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, que estão diretamente relacionados ao câncer de mama de origem hereditária – o que acontece em até 10% dos casos.
As alterações genéticas correspondem a um aumento de probabilidade de uma pessoa desenvolver a doença que varia entre 46% e 88%, segundo mostra Allan Munford, Gerente Regional LATAM de Marketing para Diagnósticos de Oncologia e Precisão da QIAGEN.
“Esses exames mostram-se relevantes ao identificar o potencial de surgimento da doença, antes mesmo que apareçam sintomas físicos e nódulos malignos nas mamas. Com acesso a esse diagnóstico precoce, é possível administrar terapias-alvo e ainda, adotar medidas preventivas, como a realizada pela atriz Angelina Jolie, que optou por fazer a dupla mastectomia. Trata-se de um meio de prevenção que poupa a saúde física e mental das mulheres que passam por esse tipo de diagnóstico e tratamento, e agrega economia e efetividade a todo o sistema de saúde nacional”, destaca Munford.
Quem tem direito e onde podem ser feitos os testes genéticos?
Nos últimos anos, a realização dos testes genéticos para o câncer de mama passou a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde, segundo uma determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que incluiu tais exames no rol nacional dos procedimentos para os casos de hereditariedade. “Ou seja, ao apresentar casos de câncer de mama na família, é possível passar em consulta com um médico geneticista e obter o direcionamento para a realização do teste de forma gratuita pelo convênio”, complementa Munford.
Sobre a disponibilidade do exame no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2015 o Rio de Janeiro publicou a Lei nº 7.049/2015, conhecida popularmente como Lei Angelina Jolie, autorizando a realização do teste genético para os casos hereditários do câncer de mama no sistema público. Nos anos seguintes, outros estados seguiram o mesmo caminho: Minas Gerais, Distrito Federal, Amazonas e Goiás. No entanto, de todas as cinco localidades, apenas Goiás colocou essa conquista em prática, por meio de um convênio firmado junto à Universidade Federal de Goiás.
Como é feito o teste genético para o câncer de mama?
De acordo com o executivo da QIAGEN, o teste genético para o câncer de mama pode ser feito por meio de uma simples amostra de sangue ou saliva, de acordo com os padrões laboratoriais. O material coletado é sequenciado geneticamente por especialistas que utilizam um kit de reagentes, como os oferecidos pela QIAGEN. Se identificada a possibilidade de desenvolvimento do câncer de mama, o profissional poderá direcionar a paciente para as medidas que melhor se aplicam a cada caso.
“Quando não se identifica a mutação dos genes, o resultado é considerado negativo. Esse resultado reduz o risco, mas o acompanhamento médico ainda é essencial. Caso o resultado seja positivo, a mutação existe em pelo menos um dos genes, o que aumenta o risco de desenvolvimento de um tumor. Para que esse risco seja confirmado, outros exames mais específicos podem também ser solicitados. De qualquer forma, a descoberta da propensão à doença permite que esse processo seja bem menos traumático”, conclui Munford.
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