Câncer de pele é assunto sério e manchas, pintas ou feridas não devem ser ignoradas, principalmente se surgirem no couro cabeludo, local que muitas vezes pode acabar passando despercebido. No verão, esse cuidado deve ser redobrado, por isso, é importante olhar mais a fundo para o tema.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que haja 229 mil novos casos de câncer de pele a cada ano, representando cerca de 31,3% de todos os tumores malignos registrados. Uma das principais causas da doença é a exposição prolongada sem proteção aos raios solares, o que além de provocar o envelhecimento precoce da pele, aumenta em até 10x o risco de câncer.
Dentre os casos, o câncer de pele não melanoma é o tipo mais comum. A boa notícia é que quando descoberto precocemente, as chances de tratamento e cura da doença aumentam significativamente. Segundo a Dra. Sheila Ferreira, oncologista, é muito importante investigar as manchas que aparecem no couro cabeludo.
“Uma das maneiras de identificar o câncer de pele no couro cabeludo é a partir do autoexame e da avaliação do dermatologista na dúvida se uma lesão pode ser câncer. Apesar de muitas vezes ser uma região deixada de lado, é fundamental estar atento aos sinais do próprio corpo. As manchas, pintas ou feridas podem aparecer de tamanhos e formas diferentes e, por isso, devem ser investigadas por um especialista”, explica.
Cuidados que valem ouro
Apesar dos cabelos oferecerem uma certa proteção ao couro cabeludo contra os raios ultravioletas, a oncologista recomenda o uso de bonés ou chapéus durante a exposição solar. “É muito importante ainda não esquecer de proteger as orelhas. Para isso, deve-se usar protetor solar na região e reaplicar a cada duas horas ou após o mergulho e atividades ao ar livre”.
No couro cabeludo, a recomendação é que em pessoas com cabelos ralos ou calvície o protetor também seja passado na região. Uma alternativa são os produtos mais fluidos, justamente por espalharem melhor. “O filtro solar deve ser aplicado, pelo menos, 30 minutos antes da exposição ao sol. Além disso, é importante que o FPS seja de 30 para cima. Usar o produto em pouca quantidade ou vencido prejudica a eficácia da proteção”, alerta.
Pintas, manchas e feridas não devem ser ignoradas
Segundo Sheila Ferreira, a doença pode começar com uma pequena mancha ou ferida no couro cabeludo que, conforme o tempo, vai aumentando de tamanho e sofrendo alterações em sua cor, por exemplo. Essas mudanças podem ser identificadas a partir da regra “ABCDE” – Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro e Evolução.
● Assimetria: quando metade da lesão é diferente da outra parte
● Bordas: se a pinta, sinal ou mancha apresenta um contorno irregular
● Cor: quando a lesão possui cores diferentes, podendo ser entre vermelho, marrom e preto
● Diâmetro: caso a lesão apresente um diâmetro maior do que 6 mm
● Evolução: mudanças nas características da lesão ao longo do tempo (tamanho, forma, cor)
Como fazer o autoexame
Nem sempre a detecção do câncer de pele no couro cabeludo é fácil, afinal, é uma região de difícil acesso. Apesar de poder ser feita individualmente, a dica é pedir ajuda para outra pessoa. A oncologista recomenda a inspeção uma vez ao mês, em ambiente bem iluminado. É fundamental passar os dedos por todo o couro cabeludo e abrir os cabelos para observar o local.
“De preferência, essa análise deve ser feita de dia, com luz natural, para uma melhor visibilidade da região. Porém, se algo diferente for encontrado ou houver dúvidas, é importante que o paciente procure um especialista para a investigação adequada”.
Sintomas para ficar de olho
● Lesões com crescimento rápido
● Feridas que não cicatrizam e que podem estar associadas a sangramentos, coceira e dor
● Lesões que mudam de cor, tamanho e formato
● Manchas avermelhadas ou acastanhadas
Câncer de pele também pode atingir outros órgãos
Quando a doença não é tratada em estágio inicial, as células cancerígenas podem se espalhar pela corrente sanguínea ou pelo sistema linfático, acometendo outras regiões do corpo e levando ao surgimento de metástases. Por isso, assim que a lesão é identificada em sua forma primária, é muito importante que seja retirada, evitando o crescimento, sangramento e piora do quadro.
Na grande maioria dos casos, o tratamento é realizado a partir de cirurgia, mas também pode ser combinado com radioterapia, imunoterapia e terapia alvo. “As chances de cura podem chegar a 90% quando o câncer é identificado precocemente. Por isso, é essencial a realização do autoexame mensalmente e o acompanhamento periódico com dermatologista, além da avaliação especializada caso haja uma lesão suspeita no couro cabeludo”, conclui.
Na grande maioria dos casos, o tratamento é realizado a partir de cirurgia, mas também pode ser combinado com radioterapia, imunoterapia e terapia alvo. “As chances de cura podem chegar a 90% quando o câncer é identificado precocemente. Por isso, é essencial a realização do autoexame mensalmente e o acompanhamento periódico com dermatologista, além da avaliação especializada caso haja uma lesão suspeita no couro cabeludo”, conclui.