A escoliose é uma condição que se caracteriza pela curvatura anormal da coluna vertebral, levando a um desvio lateral do tronco. Diferentemente da cifose e da lordose, que são considerados desvios normais da coluna vertebral e só podem ser observados quando olhamos a pessoa de perfil, a escoliose é visível olhando a pessoa de costas.
Em termos simples, segundo o cirurgião e ortopedista, doutor Maurício Martelletto, a principal característica da escoliose é a presença de uma curvatura rotacional mais evidente no plano lateral na posição de costas do examinado, que pode resultar em uma aparência em forma de C ou S. No final da infância e início da adolescência ela é de rápida evolução e agravamento e pode rapidamente evoluir com alterações cosméticas rígidas evidentes.
“A escoliose não é causada por maus hábitos posturais, mas, ao contrário, a própria curva da coluna pode levar a problemas de postura, afetando o corpo como um todo”, explica o ortopedista.
A condição pode ser classificada como estrutural ou funcional. Na escoliose estrutural, a deformidade óssea está relacionada a problemas congênitos ou adquiridos e, na maioria dos casos, é irreversível. Já na escoliose funcional, a estrutura óssea permanece intacta, e as curvas surgem como uma resposta a desequilíbrios em outras partes do corpo, como diferenças no crescimento das pernas.
A escoliose pode ter um componente genético e hereditário e pode se manifestar em qualquer fase da vida, sendo mais comum durante o surto de crescimento que ocorre na adolescência.
As causas da escoliose podem incluir fatores genéticos, distúrbios neuromusculares, má formação das cartilagens de crescimento das vértebras, trauma, tumores e até alterações sub notificadas. Infelizmente, a despeito das pesquisas realizadas em todo mundo, o grande contingente de casos, chamados idiopáticos, não tem uma causa conhecida.
De acordo com Martelletto, a doença que acomete 4 em cada 100 adolescentes, além da curvatura lateral da coluna, pode causar outros sinais, como ombros e quadris assimétricos, pernas de tamanhos diferentes, cintura e caixa torácica desviadas, entre outros.
A principal característica da escoliose é ser uma doença silenciosa, ou seja: não causa sintomas dolorosos na imensa maioria dos casos. Portadores de escoliose podem ter dores nas costas, por estiramento muscular ou inflamação das vértebras, tendões ou nervos que podem facilmente acometer igualmente adolescentes não escolióticos. Portanto, uma avaliação precoce, o diagnóstico da condição e o início do tratamento são essenciais para evitar complicações e procedimentos médicos complexos na coluna.
Àqueles que tem história familiar de escoliose, pés chatos, joelhos em xis e doenças de desenvolvimento dos quadris, o acompanhamento deve ser feito a partir dos 9 anos de idade com o ortopedista. Para a população geral o exame de suficiência deve ser feito pelo professor de educação física, preparador físico, médico pediatra ou mesmo pelo ortopedista, e os casos suspeitos encaminhados ao ortopedista de coluna.
O ortopedista dá dicas para cuidar da coluna vertebral:
1. Manter o peso adequado: Evite a obesidade, pois o excesso de peso pode afetar a posição de equilíbrio do corpo e desgastar as articulações da coluna.
2. Praticar exercícios: Mantenha uma rotina regular de exercícios para fortalecer a musculatura das costas, quadris e abdômen, proporcionando suporte à coluna.
3. Alimentação saudável: Tenha uma dieta rica em cálcio, essencial para a saúde dos ossos.
4. Cuidado ao transportar peso: Ao levantar objetos pesados, mantenha-os próximos ao corpo para reduzir a pressão sobre a coluna.
5. Evitar automedicação: Não tome medicamentos por conta própria para aliviar a dor nas costas; consulte um profissional de saúde.
6. Escolher calçados adequados: Evite saltos excessivamente altos, pois eles podem afetar o equilíbrio do corpo e a posição da coluna.
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