Um problema silencioso, mas que só no Brasil atinge 23 milhões de pessoas, ou seja, 11% da população, segundo levantamento Fundação Pró-Renal. Assim é a Doença Renal Crônica ou DCR, termo geral para identificar alterações heterogêneas, que afetam tanto a estrutura quanto a função renal, com múltiplas causas e múltiplos fatores de risco. Trata-se de uma enfermidade de curso prolongado, que pode parecer benigno, mas que muitas vezes torna-se grave e que na maior parte do tempo tem evolução assintomática.
No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de pessoas com DCRs avançadas é crescente, atualmente mais de 140 mil pacientes já realizam diálise no país, procedimento médico necessário quando os rins já não conseguem desempenhar sua função de filtragem do sangue e eliminação dos resíduos nocivos ao organismo, como a ureia e a amônia. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que a mortalidade relacionada à DRC continua a aumentar anualmente e deve ser a 5ª causa de morte no mundo até 2040.
A evolução longa e assintomática da DCR é o principal entrave para que um número bem maior de pessoas que são diagnosticadas com problema consigam sucesso no tratamento, segundo explica o médico urologista Rodrigo Lima. “Mais de 50% dos pacientes só descobrem a doença quando ela já estão em grau avançado”, alerta o especialista. Mas apesar do curso silencioso da DCR, o médico aponta a adoção de hábitos de vida saudáveis e atenção a alguns sinais simples de que algo pode estar errado são as principais formas de prevenção da doença, que não tem cura, mas possui tratamento. Confira a seguir alguns desses alertas:
Cor da urina – Atente-se sempre para a cor da sua urina, explica o médico. A coloração é muito importante e dá sinais de que alguns problemas de saúde podem estar ocorrendo. “Urina clara ou transparente são sinais de que o seu organismo está corretamente hidratado. Urina muito concentrada, mais amarelada, pode significar que você está ingerindo pouca quantidade de líquido, especialmente água. Já uma urina amarronzada, cor de coca-cola ou preta podem significar problemas bem mais sérios com os rins, o que requer a busca imediata de ajuda médica. Assim como deve ocorrer em caso também de ocorrência de sangue na urina”, afirma o urologista.
Dor – Dores nas costas, cólicas e vômitos também são outros sintomas que podem estar ligados a alguma disfunção renal. “Esses sinais, na grande maioria das vezes, são indicativos de um problema com um cálculo renal. Portanto, não negligencie tal situação e procure um médico o mais rápido possível”, orienta o urologista.
Histórico na família – Assim como outras doenças, o registro de casos de DCR na família é outro sinal de alerta que merece investigação médica. “Histórico familiar de doença nos rins ou de pessoas em hemodiálise é importante. Se você tem parentes que têm ou tiveram esses problemas de saúde, vale a pena procurar um médico especialista na saúde dos rins para uma avaliação adequada”, afirma Rodrigo Lima
Hipertensão – Ainda de acordo com o urologista, as principais doenças que estão correlacionadas a quadros de insuficiência renal crônica são a hipertensão arterial e o diabetes. Essas doenças, também silenciosas e que muitas vezes manifestam sintomas mais evidentes em fases mais avançadas, também precisam e podem ser prevenidas com exames simples que devem fazer parte de um check-up anual de saúde.
“Mantenha os seus exames de check-up em dia! Além disso, mantenha os cuidados com alimentação (reduzir consumo de sal e açúcar), faça atividade física regular e mantenha um peso adequado. Tudo isso leva a menores riscos de se desenvolver diabetes e hipertensão, o que, consequentemente, reduz o risco de para seus rins”, orienta.
Atenção após os 40 – Rodrigo Lima ainda esclarece que a partir dos 40 anos de idade, é importante que homens e mulheres realizem ao menos uma vez ao ano um exame de imagem do abdômen. “Uma simples ultrassonografia do abdome já nos traz informações valiosas sobre os rins. Os tumores renais desenvolvem-se de modo silencioso na maioria dos casos, e só costumam dar sintomas em casos em que as lesões são maiores que 5-7 cm”, explica.
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