O processo de alta é amplo e complexo. Exige planejamento e avaliação precisa da equipe assistencial multidisciplinar. “É preciso garantir que o paciente deixe o hospital no momento adequado. Internações prolongadas e desnecessárias expõem os pacientes a riscos de complicações, como as infecções hospitalares. Por outro lado, é importante que pacientes não recebam alta em uma situação de fragilidade e perda de funções, o que pode impactar na evolução do quadro clínico”, ressalta Regina Porto, coordenadora da clínica médica.

A transição do processo de hospitalização para os cuidados domiciliares deve valorizar a participação da família, a fim de garantir o prosseguimento e a qualidade dos cuidados. “Os profissionais de saúde devem fornecer as orientações necessárias para o controle e a manutenção da saúde, para que os pacientes e/ou seus responsáveis tenham um bom entendimento de como enfrentar o tratamento e os cuidados, a fim de obter qualidade de vida”, explica.

O plano terapêutico de alta depende do grau de dependência dos pacientes. Pacientes lúcidos e orientados devem ter uma boa compreensão dos cuidados de higiene, do uso seguro dos medicamentos prescritos, assim como dos sinais de alerta que indicariam necessidade de retorno ao estabelecimento de saúde. Deve-se orientar também sobre os riscos da automedicação.

Para pacientes dependentes, as orientações devem ser repassadas aos familiares ou responsáveis. “No caso de pacientes acamados, alguns cuidados importantes podem diminuir a necessidade de reinternação. A higienização das mãos antes e depois de manipular o paciente é de suma importância, seja para oferecer dieta e medicações, seja para dar banho ou fazer as trocas de fraldas. Deve-se manter a higiene oral, mesmo para pacientes sondados ou portadores de gastrostomia. As lesões cutâneas por pressão, também conhecidas como escaras, podem ser evitadas através da mobilização do paciente, fazendo trocas de decúbito a cada duas horas. Para pacientes em uso de sonda enteral, o serviço de nutrição deve orientar os tipos e os horários das dietas e a equipe de enfermagem deve orientar sobre a administração de medicamentos pela sonda. Pacientes traqueostomizados necessitam da correta higienização da cânula e podem necessitar de aspiração. A equipe de fisioterapia pode treinar os cuidadores para fazerem estes procedimentos adequadamente”, orienta Regina.

As instituições de longa permanência, por possuírem uma equipe especializada, podem ser uma boa alternativa para o seguimento dos pacientes que demandam muitos cuidados, seja provisória ou definitivamente.

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