Roer as unhas pode ter várias razões, como questões emocionais, estresse, raiva ou preocupação com algo específico. Com o passar do tempo esse ato se torna um hábito automático que pode trazer vários problemas para a saúde bucal. Mas, então, como parar?
Antes disso, é necessário entender como ele afeta a saúde. O cirurgião dentista Paulo Zahr explica os principais problemas causados pela prática.
Desgaste dos dentes – Ao roer as unhas, é feita uma pressão repetitiva e contínua sobre os dentes, o que provoca o desgaste do esmalte e aumenta a possibilidade de ocorrer pequenas fraturas ou fissuras, deixando-os mais sujeitos à formação de cáries e sensibilidade. Além disso, essa pressão pode causar problemas de alinhamento da arcada dentária.
Bruxismo- O hábito também deixa a pessoa mais propensa a ter bruxismo. Essa doença é o ato inconsciente de apertar ou ranger os dentes, normalmente enquanto está dormindo. “Além de causar prejuízos na saúde dos dentes, como retração da gengiva e desgaste do dente, o bruxismo também provoca insônia, dor de cabeça e outros desconfortos”, afirma.
Lesões nas gengivas- Os restos de unha estão cheios de bactérias, que podem causar lesões ou se alojar na gengiva, desencadeando irritações, inflamações ou ferimentos. Em casos mais graves e não tratados, podem até evoluir para uma gengivite.
Infecções bucais- Essa mania é relacionada à higiene. “Nem sempre a pessoa está com as mãos limpas quando as leva à boca. Com isso, bactérias, vírus e fungos presentes na unha podem ser transportados para dentro do organismo. Esses microorganismos podem provocar infecções ou, ainda, causar doenças, seja de uma simples gripe até casos mais graves, como diarreia e infecções respiratórias”, explica o dentista.
Problemas na mandíbula- O ato repetitivo de roer as unhas é também um fator de risco para a DTM (disfunção temporomandibular), problema na articulação responsável pelos movimentos da boca, como abrir, fechar, mastigar e falar. A DTM causa dor e estalos ao mastigar, limitação na hora de abrir a boca, dores de cabeça intensas, incômodos nos ouvidos e até zumbidos.
Para dar fim de vez a essa mania tão prejudicial à saúde bucal, o dentista elencou algumas dicas importantes. “Utilize produtos de gosto desagradável nas unhas. Hoje é possível encontrar opções dermatologicamente aprovadas e de uso não tóxico com sabor amargo e persistente. Assim, toda vez que a pessoa levar o dedo à boca vai sentir o gosto ruim e passa a criar repulsa em relação a esse tipo de comportamento”, sugere o profissional. Outra forma de parar de roer as unhas proposta pelo Dr. Zahr, é mantê-las curtas e lixadas. Isso porque, quando grandes ou com pontas e lasquinhas, aumenta a tentação.
Um terceiro recurso é apostar em um recurso visual, como por exemplo, pintar a unha com esmalte de cor intensa. “Ao roer a unha, você vê mais facilmente o estado que elas ficam, já que o esmalte acaba saindo de forma não uniforme e as deixando com um aspecto bastante desagradável. A pessoa tende a observar mais esse hábito e acaba tomando medidas para parar”, destaca.
Vale também investigar se a origem desse costume tem a ver com questões emocionais e nesse caso a ajuda de um psicólogo pode ser bem-vindo.“Durante a terapia é possível perceber a causa do estresse, da angústia ou de outra situação e conseguir tratar esses pontos. Além disso, vale a pena praticar atividades físicas e meditação para regular os níveis de estresse do corpo, o que é fundamental para evitar o surgimento de hábitos não saudáveis, como roer as unhas”, completa o dentista.
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