Inevitavelmente, toda gravidez muda o corpo da mãe, tanto durante como após o parto, a exemplo das estrias, que aparecem em cerca de 90% das mulheres após o sexto ou sétimo mês de gravidez, segundo a Academia Americana de Dermatologia. A estria surge, normalmente, pela ruptura das fibras de colágeno.

Mas, por que elas aparecem durante a gestação e como evitá-las? Quem dá as dicas é Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, Membro da FEBRASGO e Especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO, e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre:

Aumento do peso

No período da gravidez, há um aumento de peso, fazendo com que haja maior distensão do abdômen e, consequentemente, o rompimento das fibras da pele. Por isso, o cuidado com o peso é fundamental. E não só pelo lado estético, mas pela saúde do bebê e da mãe. Se houver um aumento de peso exagerado, a mulher pode ter vários problemas de saúde, podendo também afetar o bebê.

Dieta equilibrada

Os alimentos ricos em vitamina C, como as frutas cítricas, são ricos em substâncias antioxidantes, como betacaroteno ou flavonoides, que agem como estimulantes do colágeno da pele, contribuindo também para o combate às estrias. Já alimentos ricos em vitamina E, como cereais integrais, óleos vegetais e sementes, servem para proteger as células do organismo, sendo a vitamina E um antioxidante com propriedades de antienvelhecimento para a pele.

Nesta fase, a mulher costuma ter os famosos desejos por determinados alimentos. “É bem comum sentir vontade de comer frutas, o que é saudável, contanto que a quantidade seja moderada, pois diversas delas contêm muito açúcar e altas calorias, como banana e abacate. Mas, se o desejo da futura mamãe for por comidas gordurosas e com baixo valor nutritivo, como doces e frituras, é preciso atenção redobrada. Pode matar a vontade, mas em porções pequenas e com muito bom senso”, orienta Carlos Moraes.

Roupa apropriada

Com o aumento do tamanho das mamas e da barriga, o ideal é usar roupas adequadas, que sejam confortáveis e que não fiquem apertadas, evitando a má circulação sanguínea. O mesmo vale para os sutiãs que, além de maiores, devem ter uma sustentação, para que os seios não fiquem caídos quando voltarem ao tamanho normal. Hoje em dia, o que não falta é moda específica para gestantes.

Hidratantes

O uso de cremes e óleos específicos para grávidas é essencial para manter a pele macia, evitar manchas (comum em algumas gestantes) e as desagradáveis estrias. Para estas, o óleo de amêndoas, de rosa mosqueta e de semente de uva ainda são os mais indicados.

Outra boa opção é o Óleo Bio-Oil, rico em vitamina E, que deve ser aplicado a partir do quarto mês de gravidez em áreas que sejam propensas a estrias, como os glúteos, coxas, abdômen e seios. Seja qual você for utilizar, deve ser passado todos os dias nas regiões citadas, especialmente na barriga, com uma leve massagem que ajudará a melhorar a elasticidade da pele e ativar a circulação sanguínea.

No pós-parto

As estrias costumam aparecer como linhas avermelhadas e, com o passar do tempo, se tornam brancas. Quando atingem a cor branca, dificilmente são eliminadas. Mas há maneiras de disfarça-las por meio de tratamentos específicos. Dependendo da cor e intensidade das estrias, o especialista decidirá qual o melhor procedimento. As opções atuais estimulam as células produtoras de pigmento, restaurando a elasticidade da pele e promovendo a produção de colágeno.

“Importante lembrar que estas dicas devem ser discutidas com seu obstetra, pois cada gravidez tem suas particularidades e necessidades”, alerta Carlos Moraes.

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