Recentemente uma das maiores jornalistas brasileiras, Glória Maria, faleceu em decorrência de um quadro de câncer de pulmão que resultou em uma metástase no cérebro. De acordo com a neurocirurgiã Danielle de Lara, a metástase ocorre quando as células cancerosas se espalham pelo corpo do paciente e formam novos tumores.
Danielle informa que a principal característica do câncer do pulmão é o desenvolvimento de metástases, ou seja, quando o câncer se espalha e evolui no organismo, já que os pulmões são órgãos ricamente vascularizados tanto pela circulação sanguínea como pela linfática. “Isso favorece que as células cancerígenas migrem para outras partes do corpo. E o cérebro é um órgão extremamente comum para a metástase de câncer de pulmão”.
Mas, afinal, o que é metástase cerebral?
A neurocirurgiã inicialmente explica que um tumor é um crescimento celular anormal em qualquer parte do corpo. “O que vai determinar se esse tumor é ou não um câncer é a maneira como essas células se multiplicam. Quando há uma replicação desorganizada e com risco de atingir tecidos e órgãos vizinhos, esse tumor é maligno, ou seja, câncer”.
“Quando células se separam do tumor principal e entram no sistema circulatório ou nos vasos linfáticos, chamamos de metástase. Isso ocorre quando as células se desprendem e migram para outros órgãos”.
Pesquisas revelam que na maior parte dos casos de metástase, quando a célula cancerosa se desprende do tumor original, ela morre no meio do caminho, sem causar maiores problemas ao paciente. Já as que sobrevivem, se estabilizam em outras áreas do organismo e começam a se multiplicar, causando a metástase.
Danielle revela que os órgão mais comuns para metástase são pulmão, fígado, osso e cérebro. “Em relação a sintomas, a metástase no cérebro pode ser assintomática ou desencadear sintomas como dores de cabeça, perda de força nos membros, crises epilépticas, perda de visão, déficit neurológico, entre outros”, alerta.
“No caso da Gloria Maria, a condição foi descoberta após um desmaio que pode ter sido causado por um aumento da pressão intracraniana, que pode ser responsável por reduzir ou cortar momentaneamente a perfusão de sangue no cérebro, causando síncopes, ou seja, desmaio ou perda temporária e súbita de consciência”, comenta a neurocirurgiã.
Danielle explica que em relação à prevenção, o estilo de vida conta muito nessas horas. “Boa saúde mental, alimentação balanceada e regular, exercício físico diário e evitar alto consumo de bebidas alcoólicas e fumar, são essenciais para evitar a probabilidade de metástase”, conclui.
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