Conhecida como uma das principais doenças degenerativas, o Mal de Alzheimer afeta, só no Brasil, 1,2 milhão de pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde. Entre os diversos sintomas, a inconsistência no sono e distúrbios como insônia, podem ser sinais da doença.
Como forma de chamar a atenção da sociedade quanto à conscientização e o estigma que cerca a demência, celebra-se, hoje, 21 de setembro, o Dia Mundial da Doença de Alzheimer e o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer.
De acordo com a revista científica The Lancet Neurology, o distúrbio do sono contribui para o declínio cognitivo e também pode aumentar o risco de demência da doença de Alzheimer. A publicação aponta ainda que até recentemente as alterações no sono eram geralmente consideradas uma consequência do Alzheimer, contudo, os resultados obtidos nas mais recentes pesquisas têm alterado essa correlação, considerando o distúrbio do sono como um fator de risco para o desenvolvimento da doença.
Para a psicóloga Laura Castro, a relação entre a doença e os distúrbios do sono pode ser percebida de algumas formas. Ela explica que uma má noite de sono pode potencializar os sintomas do Alzheimer, visto que ao longo do dia, o sono ruim, causa irritabilidade, dificulta o raciocínio e pode contribuir para a falta de memória, todos problemas enfrentados por quem sofre com a doença degenerativa.
“Más noites de sono causadas pela agitação e inquietação, além do despertar cedo, é sinal de que algo não está certo. Na maioria das vezes, podem ser sinais de ansiedade ou, caso seja constante, pode apontar para um problema mais sério. No que diz respeito aos idosos, o sono pode ser indicativo de Alzheimer, caso seja observado, com frequência, os problemas com a memória e perda cognitiva de algumas funções”, explica a psicóloga.
Ainda de acordo com a The Lancet Neurology, as evidências dos estudos preliminares sugerem que os distúrbios do sono, além de serem um sintoma de neurodegeneração, também podem ser um fator de risco potencial para o desenvolvimento não só para a doença de Alzheimer e demências relacionadas, como também a doença de Parkinson.
O Alzheimer ainda carece de uma cura. No entanto, existem hábitos saudáveis que, ao serem adotados, podem contribuir para uma melhor atividade do cérebro e, consequentemente, para prevenir ou desacelerar os sintomas da doença. Entre esses hábitos, muitos coincidem com os necessários para uma boa noite de sono, reafirmando a relação mútua entre a doença e os distúrbios do sono. Entre os hábitos indicados estão os exercícios físicos ao longo do dia, evitar o fumo, manter um peso ideal, entre outros.
Laura ressalta que o autocuidado é essencial para prevenir qualquer doença e que é necessário uma atenção a mais com os idosos. “O sono é essencial para nosso corpo e deve ser respeitado o máximo possível. Para isso, alguns hábitos como desligar de telas, evitar cafeína antes de dormir, evitar fumar e a prática de exercícios físicos são essenciais para dormir bem. Com os idosos, se possível, é importante manter uma rede de apoio próxima para entender como está a noite de sono dele (a)”, ressalta Laura.
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