O mês dedicado à mulher é sempre marcado por lutas e conquistas do universo feminino ao longo de séculos. Em 2021, a data vem com uma representatividade bem maior, tendo em vista que desde o ano passado estamos enfrentando uma pandemia, com diversas profissionais de saúde na linha de frente bem como na ciência, para a cura do novo vírus.

A participação das mulheres na ciência ainda precisa vencer desafios, mas elas continuam lutando para que o reconhecimento necessário seja dado. Preconceito de gênero, falta de igualdade, de visibilidade dos esforços, são algumas das barreiras que precisam ser vencidas na sociedade. 

Durante a pandemia da Covid-19, as mulheres deram início e comandaram diversas pesquisas no intuito de desenvolver vacinas e a cura para a doença, no Brasil e no mundo. 

Conhecida como “a doutora da Fiocruz”, a médica pneumologista Margareth Dalcolmo, tornou-se uma das pessoas mais conhecidas na mídia como uma porta-voz da ciência, levando orientação e trazendo esclarecimentos sobre o novo coronavírus no país. Para a médica “a vacina é a única e perfeita solução de controle de uma epidemia do porte da covid-19”. 

No Instituto de Medicina Tropical, pesquisadoras conseguiram sequenciar o vírus logo no início dos primeiros casos da doença no Brasil, já que desde 2020 já haviam iniciado as pesquisas, e levaram em consideração o sequenciamento já existente da dengue e febre amarela. O projeto foi coordenado pela médica e professora Ester Sabino e sua equipe que em menos tempo do que qualquer país do mundo conseguiram o resultado. 

Foto:Divulgação (Léo Ramos Chaves)

Estavam na equipe também as biomédicas Jaqueline Goes de Jesus, Ingra Morales, Flávia Salles e a farmacêutica Erika Manuli que são as pesquisadoras da Faculdade de Medicina da USP, dentro do Instituto Adolfo Lutz (IAL), que decifraram a amostra do primeiro caso de infecção da Covid-19 na América Latina.

Foto: Divulgação (Almir R. Ferreira/ SCAPI IMT)

Na PUCRS, 144 professoras que também atuam como pesquisadoras, mesmo com as determinações de isolamento e distanciamento social, deram continuidade às suas pesquisas para ajudar no combate à Covid-19. 

No Laboratório de Virologia do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, a professora Cristiana Guzzo está coordenando um estudo para o desenvolvimento de testes rápidos para a Covid-19, que busca identificar a infecção pelo vírus por meio das secreções da garganta 

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) está financiando a pesquisa da professora Ana Márcia, que tem como principal objetivo “desenvolver um modelo animal de infecção e doença pelo sars-CoV-2 que possa ser utilizado para estudos posteriores sobre patogenia, tratamento e vacinas contra Covid-19”.

A Fapesp apoiou entre 2010 e 2019 quase 62.000 projetos de pesquisa, e menos da metade deles eram comandados por mulheres. A nível mundial, dos 919 já agraciados com prêmios Nobel, apenas 54 representantes eram do sexo feminino. 

Um documento do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), chamado “Um olhar para gênero”, aponta que as mulheres representam 70% da força de trabalho em serviços sociais e de saúde em todo o mundo, bem como fala das desigualdades entre os gêneros e um rendimento baixo da qualidade de vida das mulheres durante a pandemia do novo coronavírus. 

Exposição

No Dia Internacional da Mulher, dia 8 de março, a exposição “Elas por ELA”, foi aberta ao público no shopping Leblon no Rio de Janeiro. Os fotógrafos Leo Martins e Sher Santos, reuniram retratos de 10 profissionais que fizeram diferença na área da saúde, ciência e bem estar da sociedade durante o enfrentamento da pandemia. 

Além de Margareth Dalcolmo, integram a exposição: Leda dos Reis Castilho, coordenadora do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares da Coppe/UFRJ; a Chefe do laboratório de Investigação Pulmonar da UFRJ, Patrícia Rocco; a médica intensivista Alicia Araújo Oliveira; a diretora do Departamento de Vacinas da Universidade de  Oxford  e fundadora do primeiro mestrado em vacinologia do mundo, na Universidade de Siena, Sue Ann Clemens; a diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Valdiléa Veloso; a enfermeira na emergência da Casa de Saúde São José, Carla Castilho; a diretora do Departamento de Vacinas da Universidade de  Oxford, Sue Ann Clemens; a primeira profissional de saúde vacinada no Rio, Dulcinéia da Silva Lopes; a criadora do projeto Casa Crescendo com Mais Amor, Silvania Oliveira da Conceição; e a coordenadora da Atenção Primária na AP 2.1, Maria Helena Carneiro de Carvalho.

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