Os medicamentos para doenças reumáticas que devem ser evitados durante a amamentação.

Por falta de informação sobre a segurança dessas drogas, as mulheres acabam preferindo não amamentar para não colocar a saúde de seus filhos em risco.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a amamentação exclusiva até os 6 meses de vida do bebê e que ela seja continuada, com a inclusão de novos alimentos na dieta, até os 2 anos. No entanto, boa parte das novas mamães acaba não aderindo ao aleitamento materno por usarem medicamentos contínuos, como os indicados para tratar doenças reumáticas.

Isso acontece pelo medo de que as substâncias medicamentosas sejam passadas ao bebê através do leite. De acordo com a reumatologista Dra. Nádia Emi Aikawa, estudos que investigam essa situação no tratamento de doenças reumatológicas são raros.

“Dessa forma, na impossibilidade de interrupção temporária dos remédios, as pacientes frequentemente se sentem inseguras e são orientadas pelo médico a não amamentar se estiverem usando medicações de risco”.

De fato, muitas delas não podem ser mantidas com segurança durante a amamentação, particularmente em recém-nascidos prematuros e de baixo peso, mas não são todas.

Veja a lista dos medicamentos indicados e contra-indicados na lactação:

Seguros – Anti-inflamatórios não hormonais (AINHs) e drogas modificadoras do curso da doença (DMARDs) podem ser usados na ausência de contraindicações na criança. São eles:

  • Hidroxicloroquina e cloroquina
  • Sulfassalazina
  • Azatioprina
  • Ciclosporina
  • Tacrolimus
  • Colchicina
  • Prednisona
  • Imunoglobulina
  • Inibidores não seletivos da COX e celecoxibe
  • Além deles, inibidores de TNF com baixa transferência ao leite materno (adalimumabe, etanercepte, infliximabe e certolizumabe pegol) estão liberados.

Contra-Indicados

Por outro lado, certos DMARDs e AINHs têm dados ausentes ou limitados sobre a amamentação e por isso devem ser evitados por lactantes. São eles:

  • Metotrexato
  • Micofenolato mofetil
  • Ciclofosfamida
  • Leflunomida
  • Tofacitinibe
  • Outros inibidores da COX II não celecoxibe

Pelo mesmo motivo, tofacitinibe e os seguintes DMARDs biológicos também devem ser evitados durante o aleitamento se outra terapia estiver disponível para o controle da doença: abatacepte, golimumabe, tocilizumabe, rituximabe, belimumabe, secuquinumabe, ustekinumabe e canaquinumabe.

É importante salientar que a interrupção dos tratamentos deve ser feita sob orientação do obstetra e do reumatologista. Eles são os profissionais capacitados para ajudar as pacientes a manter a terapia sem precisar deixar de amamentar.

“O principal recado para essas pacientes é que tenham uma boa conversa com o médico. Isso resultará em uma influência positiva na decisão de amamentar durante o uso de medicações sabidamente seguras”.


Dra. Nádia Emi Aikawa é reumatologista, médica da Unidade de Reumatologia Pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.

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