Segundo dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 55 mil novos casos de demência são registrados anualmente, a maioria decorrentes do mal de Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas no mundo, ela ainda não possui uma cura, mas diversas pesquisas apontam que se a doença for diagnosticada cedo, é possível diminuir os impactos de seus sintomas. Isso quer dizer que, se detectado precocemente, os sinais da doença podem ser tratados com intervenções terapêuticas, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente. Segundo dados do Governo do Brasil, a doença afeta 11,5% da população idosa do país.
Atualmente, 1,4 milhões de brasileiros vivem com demência, com o envelhecimento acelerado da população mundial, estima-se que até 2050 esse número aumente para mais de seis milhões, diz a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Com o envelhecimento acelerado, o crescimento de casos de demência tem se tornado um dos principais desafios de saúde na atualidade”, comenta Dr. Aier Adriano Costa, coordenador da equipe médica do Docway.
O Alzheimer provoca a degeneração das células no cérebro, causando demência e provocando diversos sintomas, como perda de memória, dificuldade de raciocínio e fala, dificuldade de reconhecer objetos e suas funções, dificuldade de reconhecer familiares, além de interferir no comportamento e na personalidade da pessoa.
Sintomas e estágios da doença
A doença é complicada de ser diagnosticada, pois seus sintomas são muito parecidos com o processo natural de envelhecimento. Além disso, eles também podem ser confundidos com sintomas de outras enfermidades menos graves. Atentar-se para os primeiros sinais com atenção é muito importante:
- Perda de memória recente. É muito comum que as pessoas que estejam no processo inicial do desenvolvimento do Alzheimer se lembrem de fatos antigos, mas percam a memória sobre fatos recentes;
- Perda de capacidade de concentração nas atividades cotidianas, que antes eram executadas com facilidade e sem problemas;
- Repetição de afirmações e perguntas. A pessoa acaba por não perceber que já fez a mesma pergunta anteriormente;
- Dificuldades de expressar e de compreender linguagens;
- Sentir uma desorientação espacial, se perder em locais já conhecidos;
- Enfrentar uma certa dificuldade em encontrar as palavras certas para identificar objetos, expressar pensamentos ou participar de conversas;
- Esquecimento dos nomes dos membros da família, amigos e objetivos do cotidiano.
Costa alerta que além dos sintomas iniciais, existem também uma mudança aparente na personalidade e comportamento da pessoa. “As alterações cerebrais que ocorrem durante a doença de Alzheimer podem afetar a maneira como a pessoa age e sente. Nesse caso, é preciso ficar de olho se houve outras mudanças como depressão; apatia; retraimento social; mudanças repentinas e seguidas de humor; mudanças nos hábitos de sono; aumento na desconfiança de humor; aumento na irritabilidade e na agressividade, além de delírios”, enfatiza.
O Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma lenta e grave, não há nada que possa ser feito para retardar ou barrar o avanço da doença. Após o diagnóstico, os portadores da doença têm uma sobrevida média que oscila entre 8 e 10 anos. O quadro clínico é dividido em quatros estágios:
- Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais.
- Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia.
- Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva.
- Estágio 4 (terminal): restrição ao leito. Mutismo. Dor à deglutição. Infecções intercorrentes.
Hábitos Saudáveis
A OMS destaca que a atividade física também está associada à saúde cerebral. Estudos apontam que pessoas com vida mais ativa tem menor risco de desenvolver demências. A recomendação é que adultos de 65 anos pratiquem no mínimo 150 minutos de atividades aeróbicas de intensidade moderada por semana. “Os idosos não devem deixar de ser estimulados. Estudar, ler e pensar são formas de manter a mente ativa, além uma alimentação saudável e regrada”, finaliza Costa.
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