Onicocriptose, ou unha encravada, é uma condição dolorosa em que a pele do lado da unha cresce ao longo da borda da unha, ou quando parte da unha cresce na pele.

Se você é um corredor, pode achar que a dor de uma unha encravada proíbe você de desfrutar de sua corrida e treino. Em muitos casos, meias apertadas ou sapatos com biqueira e caixas anteriores estreitas podem agravar o desconforto. Unhas encravadas podem ocorrer em qualquer idade e sexo.

Unhas encravadas podem não ser uma doença grave, mas são irritantes, dolorosas e problemáticas. Se você é um atleta ou uma pessoa cujo esporte envolve ficar em pé, andando ou correndo, o problema pode marginalizar você por um tempo, se não for dado o tratamento adequado e rápido

SINAIS E SINTOMAS
Dor na área lateral da unha, geralmente no dedão do pé (hálux). A unha pode aparecer de forma irregular e menor do que o normal, como se estivesse partida ou como se parte dela estivesse enterrada sob a pele nas bordas e/ou ponta do dedo.

A dor e a sensibilidade na área podem começar como uma pequena irritação e progredir para o ponto onde usar certos sapatos torna-se desconfortável ou mesmo intolerável. Em alguns casos, o dedo do pé pode apresentar edema excessivo, vermelhidão ao redor da área ou sensação de calor ao toque. Neste caso, o machucado pode estar infeccionado e a área precisa de atenção médica.

CAUSAS
A causa mais comum de unhas encravadas é cortar as unhas dos pés de forma incorreta, de modo que elas cresçam em um ângulo agudo contra a pele. Ao longo do tempo, a unha vai perfurá-la, fazendo com que a dor esteja sempre associada a esta condição. Certos tipos de pé ou de pisada podem ter uma tendência maior a encravar a unha. Em alguns casos, a unha é demasiadamente grande para o dedo do pé. Em outros, os pacientes têm deformidades nos dedos, como na artrite. Um trauma no dedo do pé também pode dirigir pedaços de unha na pele e “treiná-la” a crescer desta maneira.

Em qualquer caso, o problema pode piorar sem tratamento. O ambiente da maioria dos sapatos (com pouca ventilação ou desconfortáveis) acrescenta bactérias. Adicione estes microrganismos para um dedo do pé já ferido, em uma área escura quente e úmida, onde o ar não circula.

TRATAMENTO
As seguintes precauções e medidas podem ser recomendadas por seu médico:

Em muitos casos em que a infecção não estiver presente, o paciente pode primeiro limpar o pé cuidadosamente com água e sabão. Em seguida, mergulhá-lo em um banho quente de água salgada, isso ajuda a fazer um contraste e aliviar as dores.

Seque o pé cuidadosamente e aplique um antisséptico suave. Enfaixe o dedo cuidadosamente (e não muito apertado). Este procedimento deve ser repetido pelo menos três vezes por dia. Existem vários remédios que ajudarão endurecer a pele e reduzir o tecido mole ao longo da borda da unha, de modo que ela cresça normalmente. Há também ataduras comerciais especiais que irão amortecer a área e manter a unha, evitando que seja conduzida para dentro da pele.

Se este tratamento não funcionar ou se há suspeita de infecção, é essencial consultar um médico. Outras condições têm sintomas semelhantes, e um profissional pode dizer a diferença. Uma vez que o diagnóstico é obtido, é essencial iniciar o tratamento imediatamente.

Em alguns casos, o médico pode cortar ou remover uma porção da unha infectada com um pequeno procedimento cirúrgico no consultório. Em muitos casos, o problema irá responder facilmente a este tratamento, e o paciente não terá uma recorrência.

No entanto, no caso de alguns pacientes que apresentam dores crônicas ou unhas deformadas encravadas há longo tempo, faz-se necessário procedimento cirúrgico, onde o médico reforma a unha a fim de estreitá-la, reduzindo a probabilidade de que cresça na pele (cantoplastia).

PREVENÇÃO
A melhor maneira de evitar uma unha encravada é o método mais simples de todos: manter as unhas aparadas em linha reta regularmente, usando cortadores projetados especificamente para esse fim. Não corte os lados das unhas. Se perceber o início de uma unha encravada, corte em frente e siga as medidas conservadoras acima. Nunca puxe a unha. Ao longo do tempo ela cria um caminho. Além disso, faça tudo possível para proteger seus pés de traumas, e use sapatos com espaço suficiente no antepé.

Examine seus pés regularmente. Observe qualquer vermelhidão, inchaço ou descoloração. Flexione os dedos dos pés e verifique se há alguma dor ao caminhar, correr ou até mesmo em pé. Se houver, faça uma verificação rápida nos dedos do pé, com especial atenção para a aparência das unhas e da pele ao seu redor.

IMPORTANTE: Se você tem diabetes, deve consultar o seu médico ao primeiro sinal de problemas com seus pés ou dedos dos pés, não importa quão pequeno você pense que eles são.

Bons treinos!


Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte.

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